Teu mês
Meu ano
Pudera eu trocar as bolas...
O meu grande medo é ter medo
Assim estava fadado...
Teu mês
Meu ano
Tudo quase que se segue...
A saudade é um punhal cravado
Que saudades daqueles cafés...
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Eles não eram de ouro
Eram apenas de simples plástico.
Eles não vinham em porta-joias
Vinham em caixinhas de papelão.
Não custavam o sangue alheio
Algumas moedas bastavam.
Mas era importantes para mim
E ainda traziam algum doce...
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Meia dose de pisco.
Meia dose de absinto.
Uma dose de loucura para acompanhar.
Meio céu lá fora.
Meio céu aqui dentro.
Apenas um par de asas para poder voar.
Meio pedaço de terra.
Meio pedaço de mar.
Ter alguma força para não chorar...
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- Não faça isso, menino! É feio...
Dizia Vó Augusta com olhos azulzinhos
Atrás dos velhos óculos cansados...
- Tá tão bonito, meu neto!
Também dizia nos raros sorrisos
Que a vida pode lhe dar...
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Toda lembrança é quase uma tortura
Sejam elas boas ou más como geralmente são
Tudo que passa acaba deixando saudade
Mesmo que seja apenas um vento passado
Quando sonhamos estamos aprontando
O próximo pesadelo que logo chegará...
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Se todos os poetas soubessem...
Iríamos gargalhar até não poder mais.
Faríamos uma festa em cada momento.
Usaríamos as asas que temos sem saber.
Com um barco de papel viajamos o mundo.
Com palavras emparedadas
Faríamos calar todos os malvados.
Se todos os poetas soubessem...
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Se nas palavras estão os encantos
Nas letras estão as artimanhas.
Uma brincadeira bastaria.
Mostremos a língua nos espelhos.
Vamos comer duas letras?
Tiremos o "en" e deixemos só o fado...
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