terça-feira, 18 de março de 2025

Alguns Poemetos Sem Nome N° 339

Na sala de jantar que não possui

O menino rói os biscoitos velhos que achou.

Na enfermaria suja com sua limpeza

O paranoico espera seus assassinos.

Na esquina de avenida perigosa

A puta espera quem irá lhe comer.

Estes são pequenos pedaços de mundo

Longe de todas as palmas e holofotes...


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Admiro os poetas que possuem sentimentos

Suficientes para falar somente do amor

Mesmo quando seus espinhos ferem sem querer...

Bato palmas para aqueles que escrevem

Querendo mostrar suas fórmulas mágicas

Mesmo quando lhes falta magia para isso...

A minha poesia não tem nada disso não tem

São apenas insistentes rabiscos

Feitas num papel velho com um toco de lápis...


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Está em falta romances românticos

(O velho tesão bebeu muita vodca)

Também não há palavras certeiras

(Nossa defesa agora nos fere mais)

E as ilusões que sobem ao palco

(Acabaram de desmaiar de fome)...


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Não goze tão rápido

Nunca se sabe a próxima vez.

Não sonhe tão alto

A altura das nuvens dá vertigem.

Não ria demasiadamente

Nem toda piada é engraçada.

Não chore quase sempre

É parte da nossa sina chorar...


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Cárcere privado - eis o que é

As ruas não são mais minhas

E só poderei ter os pássaros

Que por acaso aqui pousarem

Eles devem ter pena de mim

Foi o sol que lhes avisou...


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A imaginação nos permite façanhas

Depende apenas de nós quais delas


Eis agora mesmo que mal posso andar

E tenho medo de cair novamente na rua

Em alguns escassos segundos apenas

Poderei visitar alguns lindos bazares

Em uma cidade chinesa bem distante


A imaginação nos permite façanhas

Depende apenas de nós quais delas...


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A pedra caiu na poça d'água

A poça d'água se feriu com isso

O choro da poça d'água começou

Levou muito tempo para parar

E eis então a origem dos lagos...


 

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