Cinema mudo...
Todos os cantos do mundo tornados um
Com alguma precisão que eu mesmo não sei
Fenômenos com nomes mais arranjados
A ciência tem apetite de certas novidades...
Cinema surdo...
A borboleta não voa mais como voava antes
A pólvora explodiu mesmo estando molhada
Minhas manias tem mais um certo ineditismo
Foi somente culpa minha pisar na serpente...
Cinema cego...
Dispensei aquela minha tara que era pra ontem
Fabrico todas estas minhas solidões em série
Talvez nem mais a chuva caia por sobre o telhado
As madrugadas agora são apenas sem medo algum...
Cinema mudo...
Eu nunca mais vi nem uma e nem vi mais a outra
Nosso futuro é um pássaro com asas de chumbo
O mercador de Veneza agora mora em Nova Iguaçu
Passar as férias no Inferno é uma opção qualquer...
Só cinema...
(Extraído da obra "O Livro do Insólito e do Absurdo" de autoria de Carlinhos de Almeida).
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