sexta-feira, 7 de março de 2025

Alguns Poemetos Sem Nome N° 336

Tudo passa - versos pequenos ou não...

Tudo gira - mesmo parecendo em repouso...

Nossa plenitude é tão passageira...

A boneca o carrinho o urso - não mais existem...

As folhas? Essas o outono levou todas...

Só as velhas páginas amarelaram e continuam...


...............................................................................................................


Coisa alguma, quase nada

é o que restará da vaidade

que o tempo tem avidez de engolir...

Coisa alguma, quase nada

é o que tempo te deixará

desse rosto que foi sem rugas...

Coisa alguma, quase nada

é o que o silêncio permitiu

que sobrasse do teu riso...

Coisa alguma, quase nada

um objeto não-identificado

talvez alguns poucos ossos...


...............................................................................................................


Pensar é o mesmo que não rir

Escolher o lado certo é dedo na ferida

Não ser malvado pode ser fatalmente

Dar socos em pedras até sangrar

Vamos construir algumas pirâmides

Carregando pedras com as mãos?


...............................................................................................................


Minha tristeza é tal qual um espantalho

desses que nem em filmes americanos,

a diferença que existe entre uns e outros?

É que nem nenhum milharal para cuidar

e nem corvos para poder espantar

só há mesmo alguma tristeza quase frequente...


...............................................................................................................


Todos os justos possuem sono?

Os mártires por acaso todos morrem?

Todos os dias se acabam em noites?

Todas as festas possuem finais felizes?

Os carnavais são apenas para loucura?

Por que a noite nos acalenta?

E por que o dia em geral nos aflige?


...............................................................................................................


Gotas escorrendo nas paredes

de uma fria (?) caverna...

Um mundo metálico

mesmo quando desprovido de tal...

Desamai ao próximo

como a ti mesmo...

Quantos dentes necessitamos

para escavarmos nossa cova?


...............................................................................................................


Era o tal... Era mais que o tal...

Sabia colher flores com os olhos

Como ninguém sabe fazer...

Falava com cada passarinho

No seu idioma mais correto...

Pensava que todo amor era bom

E nunca poderia nos ferir...

Brincava entre todas as nuvens

Mesmo em dias de tempestade...

Não esquecia nunca de cumprimentar

O mar todos os dias pela manhã...

Era eu... Mas era eu...

Antes das lentes sem embaçarem

Com este meu choro...

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Kafkiana

Há uma barata que decidiu morar no meu quarto Não fui eu que a convidei, elas que decidem isto (Quando falamos em ter sangue de barata, esta...