Tudo passa - versos pequenos ou não...
Tudo gira - mesmo parecendo em repouso...
Nossa plenitude é tão passageira...
A boneca o carrinho o urso - não mais existem...
As folhas? Essas o outono levou todas...
Só as velhas páginas amarelaram e continuam...
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Coisa alguma, quase nada
é o que restará da vaidade
que o tempo tem avidez de engolir...
Coisa alguma, quase nada
é o que tempo te deixará
desse rosto que foi sem rugas...
Coisa alguma, quase nada
é o que o silêncio permitiu
que sobrasse do teu riso...
Coisa alguma, quase nada
um objeto não-identificado
talvez alguns poucos ossos...
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Pensar é o mesmo que não rir
Escolher o lado certo é dedo na ferida
Não ser malvado pode ser fatalmente
Dar socos em pedras até sangrar
Vamos construir algumas pirâmides
Carregando pedras com as mãos?
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Minha tristeza é tal qual um espantalho
desses que nem em filmes americanos,
a diferença que existe entre uns e outros?
É que nem nenhum milharal para cuidar
e nem corvos para poder espantar
só há mesmo alguma tristeza quase frequente...
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Todos os justos possuem sono?
Os mártires por acaso todos morrem?
Todos os dias se acabam em noites?
Todas as festas possuem finais felizes?
Os carnavais são apenas para loucura?
Por que a noite nos acalenta?
E por que o dia em geral nos aflige?
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Gotas escorrendo nas paredes
de uma fria (?) caverna...
Um mundo metálico
mesmo quando desprovido de tal...
Desamai ao próximo
como a ti mesmo...
Quantos dentes necessitamos
para escavarmos nossa cova?
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Era o tal... Era mais que o tal...
Sabia colher flores com os olhos
Como ninguém sabe fazer...
Falava com cada passarinho
No seu idioma mais correto...
Pensava que todo amor era bom
E nunca poderia nos ferir...
Brincava entre todas as nuvens
Mesmo em dias de tempestade...
Não esquecia nunca de cumprimentar
O mar todos os dias pela manhã...
Era eu... Mas era eu...
Antes das lentes sem embaçarem
Com este meu choro...
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