Colocaram fogo no cabaré -
Não há mais bailarinas desnudas
Com suas hair pussy tão desejadas...
A coxinha estava na geladeira -
É apenas mais um sonho tropical
Que traz o tesão que não temos...
É complicado ser simples -
Ainda mais com tantos castelos
Construídos pelas nuvens sem céu...
Não fui e nunca mais serei -
E a lógica do capitalismo burguês
É tão ilógica como qualquer uma...
O Mandrake está sem cartola -
Mas aquele uísque falsificado
Pode nos inocentar de um crime...
Uma dupla de três é mais legal -
Eu surfo nas ondas do teus cabelos
Como cavalgo em cavalos selvagens...
O vizinho reclamou do barulho -
Principalmente do que eu não faço
Como as escritas chinesas do faraó...
Comerei sabiás no almoço -
Para o jantar escorpiões fritos
Talvez sempre valem a pena fazer...
Um frango assado com pixilinga -
Causará mais frisson nos jovens
Do que o viral da semana passada...
O testa-de-ferro já enferrujou -
Eu sou avô do meu próprio pai
E sou primo daquele meu tio...
Nem água agora cai de graça -
Fechem logo todas as portas
E abram também todas as janelas...
Ainda iremos cantar na praça -
Com vozes emprestadas de pássaros
Que fazem desmaiar as violetas...
Colocaram fogo no cabaré -
Zaratustra acendeu mais um cigarro
E ficou calado ali no seu canto...
(Extraído da obra "O Livro do Insólito e do Absurdo" de autoria de Carlinhos de Almeida).
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