terça-feira, 11 de março de 2025

Destino

Marcou aquele encontro

como se a praça fosse sua...

Saiu batendo asas

como se fosse a última vez...

Bebeu mais um copo

assim como se fosse regra...

Organizou um show sozinho

a coisa mais comum que há...

Estranhou a sua rotina

como qualquer rebelde...

Apontou o dedo ao capitalista

pensando que ia adiantar...

Tentou salvar o mundo

como se ele fosse casa...

Repetiu os mesmos versos

tentando ser um poeta...

Dormiu sem ter problema

como um assassino...

Sorriu no meio da gare

pensando que era feliz...

Tratou aquela máquina

como se fosse gente...

Achou uma novidade

como se fosse nova...

Espantou todo seu medo

como se fosse surdo...

Tinha todos os sentidos

assim como nenhum...

Fez moradia no boteco

como quem lembra a letra...

Dançou uma ciranda

como quem dançou com ela...

Cumpriu o destino

como se ele existisse...


(Extraído do livro "O Espelho de Narciso" de autoria de Carlinhos de Almeida).

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