Marcou aquele encontro
como se a praça fosse sua...
Saiu batendo asas
como se fosse a última vez...
Bebeu mais um copo
assim como se fosse regra...
Organizou um show sozinho
a coisa mais comum que há...
Estranhou a sua rotina
como qualquer rebelde...
Apontou o dedo ao capitalista
pensando que ia adiantar...
Tentou salvar o mundo
como se ele fosse casa...
Repetiu os mesmos versos
tentando ser um poeta...
Dormiu sem ter problema
como um assassino...
Sorriu no meio da gare
pensando que era feliz...
Tratou aquela máquina
como se fosse gente...
Achou uma novidade
como se fosse nova...
Espantou todo seu medo
como se fosse surdo...
Tinha todos os sentidos
assim como nenhum...
Fez moradia no boteco
como quem lembra a letra...
Dançou uma ciranda
como quem dançou com ela...
Cumpriu o destino
como se ele existisse...
(Extraído do livro "O Espelho de Narciso" de autoria de Carlinhos de Almeida).
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