Não sei a raça ou a espécie
São somente isso - pássaros...
Pássaros capturados, sem gaiolas,
Apenas pela lente eletrônica
De mais algum malvado...
Não sei mais que dia é hoje
Pois a semana brigou comigo...
Pobres calendários, pobres mesmo,
Presenteados quase ontem
Para depois jogados fora...
Não sei se comerei algo ainda
Este guerra nunca dá trégua...
Ricos burgueses, filhos da desculpa,
Nem ao menos me respondem
Quando dou algum bom dia...
Não sei se essa dor passará
Os milagres faltam no mercado...
Somos filas de doentes, moribundos,
Nossa maior perda é do tempo
Que não gastamos com ternura...
Não sei se o poema será notado
Não fala de riso, mas é real...
Nada consegue, nada mesmo,
Tirar a beleza do que é belo
Mesmo que nos faça chorar...
(Extraído do livro "Escola de Mortos" de autoria de Carlinhos de Almeida).
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