quarta-feira, 12 de março de 2025

Pássaros Congelados No Ar

Não sei a raça ou a espécie

São somente isso - pássaros...

Pássaros capturados, sem gaiolas,

Apenas pela lente eletrônica

De mais algum malvado...


Não sei mais que dia é hoje

Pois a semana brigou comigo...

Pobres calendários, pobres mesmo,

Presenteados quase ontem

Para depois jogados fora...


Não sei se comerei algo ainda

Este guerra nunca dá trégua...

Ricos burgueses, filhos da desculpa,

Nem ao menos me respondem

Quando dou algum bom dia...


Não sei se essa dor passará

Os milagres faltam no mercado...

Somos filas de doentes, moribundos,

Nossa maior perda é do tempo

Que não gastamos com ternura...


Não sei se o poema será notado

Não fala de riso, mas é real...

Nada consegue, nada mesmo,

Tirar a beleza do que é belo

Mesmo que nos faça chorar... 


(Extraído do livro "Escola de Mortos" de autoria de Carlinhos de Almeida).

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