sexta-feira, 28 de março de 2025

E Tempos

Tempos idos...

De grande tecnologia e nenhuma

De risos sórdidos que deram em nada

O balé agora está calado definitivamente

Em ossos podres que nem mais existem...


Asas quebradas...

A terra agora vai devorando a água

E a inconsequência que nos mata

Ainda tem alguma piedade restante

E nos tira do meio desse caos...


Alguma etilidade...

Ergamos a taça quebrada de vidro sujo

Enquanto a poeira vai nos perseguindo

E acabará então nos encontrando

Não importa se aqui ou muito longe...


Perguntas inúteis...

Não há mais boca e nem há mais língua

E a vã promessa de um céu indeterminado

Não nos salvará de um célere naufrágio

Que faz surgir assombrações medrosas...


Tempos idos...

Sem caixas de metal quase venenosas

Que agora nos escraviza mais cruelmente

Mas sem a fama que o louco teve um dia

Enquanto escondíamos toda essa fumaça...


Talvez descanse em paz...


Para T.J.C.T - in Memoriam. 


(Extraído do livro "Escola de Mortos" de autoria de Carlinhos de Almeida).

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