Tempos idos...
De grande tecnologia e nenhuma
De risos sórdidos que deram em nada
O balé agora está calado definitivamente
Em ossos podres que nem mais existem...
Asas quebradas...
A terra agora vai devorando a água
E a inconsequência que nos mata
Ainda tem alguma piedade restante
E nos tira do meio desse caos...
Alguma etilidade...
Ergamos a taça quebrada de vidro sujo
Enquanto a poeira vai nos perseguindo
E acabará então nos encontrando
Não importa se aqui ou muito longe...
Perguntas inúteis...
Não há mais boca e nem há mais língua
E a vã promessa de um céu indeterminado
Não nos salvará de um célere naufrágio
Que faz surgir assombrações medrosas...
Tempos idos...
Sem caixas de metal quase venenosas
Que agora nos escraviza mais cruelmente
Mas sem a fama que o louco teve um dia
Enquanto escondíamos toda essa fumaça...
Talvez descanse em paz...
Para T.J.C.T - in Memoriam.
(Extraído do livro "Escola de Mortos" de autoria de Carlinhos de Almeida).
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