Dois iguais como manda a genética.
À moda de Dante tudo quase caprichado.
Na madrugada meus olhos furtivos.
Na parede mais um Cristo crucificado.
Somos aquilo que apenas somos.
Mais um pobre aborto que deu errado.
Nunca sabemos aquilo que falamos.
Eis o miserável com seu olho trocado.
Os chicotes nas costas dos infelizes.
Até agora o chão tem tudo bem devorado.
Faltam bolsos para todos os mortos.
E o aparelho celular estará desligado.
Os passos por uma rua quase inexistente.
Mais uma cana no bar se há um trocado.
A inteligência que se vai em mil horrores.
A tragédia é que existe de mais engraçado.
Não sei e ninguém saberá um dia enfim.
Ninguém sabe o que nos tem aguardado.
Não existe mais nenhum beijo na boca.
Todo choro agora está mais do que chorado.
Dois iguais com forma mais do que patética.
O leão manso é aquele que está enjaulado.
Abram alas para o rei de todas as ruas.
Baraó vem todo feliz andando ao seu lado...
(Extraído da obra "O Livro do Insólito e do Absurdo" de autoria de Carlinhos de Almeida).
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