E por que o mundo parará de girar
Só porque nossos dias cessaram
No ciclo natural e trágico de vida?
E por que nossos mais pobres sonhos
Pararão de flutuar entre as nuvens
Só porque os planos acabaram falhando?
As palavras escritas nas paredes
Acabaram caindo definitivamente
Como as folhas que perdem a cor...
E por que nossos olhos se fecharão
Já que o amor acabou indo embora
Por causa da ingratidão do outro?
E por que o sangue parou de correr
Nesses rios que chamávamos veias
E agora são apenas estradas de poeira?
Os carnavais acabaram de terminar
E talvez num próximo ano seguinte
Seremos mais os donos da folia...
(Extraído do livro "O Espelho de Narciso" de autoria de Carlinhos de Almeida).
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