quinta-feira, 17 de outubro de 2024

Alguns Poemetos Sem Nome N° 311

Bocas não possuem olhos

Bocas não enxergam

Quando muito são míopes...

Bocas não são calmas

Não são serenas

Estão sempre ávidas

De beijos de outras

Ou de outros lugares alheios...

Algumas têm muita fome

Outras muita sede 

E outras mascam chicles fatais...


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Garras de pantera

Olhos gateados de lince

Frescor de chuva

Cheiro de creme rinse

Sonho de Dali

Madona de Da Vince

Quem dera a quimera

Que você existisse...


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Eu me encantei

Mas não foi com as estrelas

Eram muitas e não poderia contá-las

Também não foi com os pirilampos

Minha alma iria se distrair 

Como o bando deles

Foi com aqueles fogos tantos deles

Que faziam no céu

Aquele incêndio tão bonito

E aquela cantoria sem fim...


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Em rimas mais que imperfeitas

Tentei te mostrar o amor que não tive

O que definiria outros rumos

O que faria andar outros caminhos

Mas as palavras morreram...

Em planos mágicos e falhos

Tentei pegar as estrelas dos teus olhos

Na palma das minhas mãos

Mas elas acabaram fugindo

Para um destino incerto e ignorado...


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Eu sou o demônio que guarda a chave do abismo,

Não teme tirá-la de meu bolso, não está aí,

Aliás, nunca esteve, está em meu coração...

Eu sou o demônio que passeia pelo abismo,

Não tente quebrar as minhas velhas asas,

Nunca precisei delas, eu tenho as maiores, os sonhos...


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Não me importo com o teu jeito meio desajeitado,

O modo que tu me olhas é o verdadeiro encanto...

Não me importo com aquela tatuagem estranha

Com o nome de outro cara, teu corpo vem a mim...

Não me importo com as tuas zangas repentinas,

Pois é aí sim que consegues até ficar mais bonita...

Não me importo se mostrar não importar com nada,

Já tomas conta do meu universo e ele é tão grande...


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Admiráveis figuras...

Abandonadas pelo tempo...

Presas por paredes imaginárias...

Quando tinham todo o tempo do mundo...

E agora não possuem mais nenhum...

Sorriso e seriedade juntamente...

Talvez em velhos álbuns de papel...

Ou em pedras frias de lápides...

Admiráveis figuras...

Que se tornaram o próprio tempo...


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