terça-feira, 22 de outubro de 2024

Alguns Poemetos Sem Nome N° 312


Uma pausa para o café. Uma pausa para respirar. Não me importando se o dia está chuvoso. Ou se pode melhorar. Uma pausa para essa vida. Mesmo que uma outra não há. A vida sempre nos ensina. Mas a morte vai ensinar. Uma pausa para a corrida. Uma pausa para nos ninar. Eu tenho muitas lembranças. Nem todas posso lembrar. Nem todas me fariam rir. Mas nem todas fazem chorar. Uma pausa para ficar parado. Outra pausa para ir voar. Mesmo não tendo nada no mundo. Acho que herdei o mar. Uma pausa para o café. Uma pausa para respirar...


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Toda dor tem um propósito, a alegria não. Toda dor segue uma direção, a alegria tem todas elas. A dor às vezes consegue voar, a alegria é as asas de quem a tem. A dor pode ser terna ou bruta (isso depende), a alegria tem a ternura como sua própria natureza. Os carinhos da dor são breves, os da alegria mesmo quando breves, são inesquecíveis. A dor é suportada, a alegria todos pedem bis. A dor geralmente causa silêncio, a alegria é aplaudida de pé. Toda dor tem um propósito, a alegria é caminho que nem percebemos, mas é...


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Eu viajei, viajei sim, por todos os países do mundo, não saindo do lugar. Todas as casas que morei, foram castelos. Todos os corredores lembraram-me romances policiais. Os quintais traziam maravilhas e medos também. Em algumas eu ri, o choro me visitou em todas elas. Da primeira até a última, cresci e envelheci, aqui estou. Deverei ter uma última morada, mas agora não importa. Eu viajei, viajei sim, vejam só como estou cansado e com asas gastas...


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Não critico, isso não é a minha tarefa. Mas mesmo assim a memória funciona. Encontrei a maldade na maioria dos meus dias. Loucuras sem motivo algum. Não posso negar. Mas a maioria das tempestades acabaram indo embora. A morte cuidou de muitos dos malvados que encontrei pelo caminho. A terra comeu todos eles. Mas uma coisa não posso esquecer, mesmo que a amnésia tome conta da pobre mente me aposse de repente. É da maldade dos jovens. É um grande engano dizer que ela não existe, ela sempre existe. E isso não muda em nada o que todo mundo tenta ser hoje...


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O barulho do vidro quebrando é mais do que um simples barulho. É uma lição de suma importância. Nós também somos de vidro. O vidro colorido que reflete luz. O vidro que se transforma em arte seja ela qual for. O que resiste ao frio fechando a janela. O para nós mesmos em nossos monólogos de confissão. Nós também somos de vidro. Só que um vidro que além de quebrar, também apodrece...


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O tudo é a véspera do nada. O contente, a véspera do triste. O são, a véspera do doente. O acompanhado, o só daqui há pouco. O amado será o desamado. O valente será o covarde. O sensato vai ser o mais louco. Tudo muda, tudo se transforma, só o sonho, esse teimoso, permanece sempre...


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A janela do meu quarto é o mundo. Ela tem um abismo de poucos centímetros do qual me debruço. A rua é um palco onde variadas peças são encenadas sempre. Onde cães e gatos mostram alegria, homens não. A janela do meu quarto são meus olhos, onde utilizo do silêncio para o tempo passar...    

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Alguns Poemetos Sem Nome N° 322

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