terça-feira, 29 de outubro de 2024

Alguns Poemetos Sem Nome N° 314

 

Você que é aplaudido

Eu quem sou esquecido

Você que é ovacionado

Eu quem sou desprezado

Ambos morreremos

E talvez o esquecimento

Lhe consuma também...


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Ela dançou naquele boteco sujo

Ele riu e socou a mesa sem motivos

Eles esqueceram a tristeza que tinham

Ambos não lembravam serem miseráveis

E se estavam por algo no mundo não sabiam

Ela tinha um encontro com a morte

Ele também e ambos não sabiam o horário

É melhor desse jeito mesmo

Abismos não possuem nem nome...


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Cem versos

Insuficiência crônica

Necessidade vital

Febre constante

Ar que respiro

Falta de aplausos

Sem versos...


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Aqueles passos que eu dei

Não sei se deram em nada

Ou se percorreram todas as terras...

Aqueles sonhos que sonhei

Acabaram não se realizando

Mas preencheram minha alma...

Todas aquelas febres que tive

Não sei se foram de vez curadas

Mas me ajudaram a voar e muito...


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Quero esquecer que fui esquecido

Pelo mais puro dos esquecimentos...

Quero poder rir sempre e sempre

Mesmo não achando graça mais...

Quero abusar do que é proibido

Mesmo que não haja tempo pra isso...

Quero continuar com a ternura

Mesmo que alguém vire o rosto...


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Soldados marcham em fileiras

Para uma guerra que não pediram

Para trazer a morte que não querem

Para ganhar aquilo que não terão

Para combater o que não conhecem

Para serem maus como não são

Soldados marcham em fileiras

Para caírem no chão como moscas...


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O meu cansaço é meio que parecido

Com o do vira-latas que abana o rabo

Nem sempre esse cão tem o que comer

Nem sempre as pessoas lhe tratam bem

Mas todas as ruas são mais suas

Do que de todos os homens do mundo

Está livre mesmo não podendo voar

Não tem horários para poder cumprir

E quando morrer não levará culpa alguma...

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