sábado, 26 de outubro de 2024

Desesperate

Eu sou filho do tempo,

do tempo perdido,

do tempo acabado,

me seguir não faz sentido

pois estou - desesperado.


Eu sou produto do meio,

só tenho pressa,

só tenho culpa

e toda minha conversa

é apenas - desculpa.


Eu sou a próxima vítima,

deste sistema,

da maldade do banco, 

quem dera o poema

fosse apenas - cheque em branco.


Eu sou um morador,

dos corredores

deste prédio gigante,

senti todas as dores

em apenas um  - instante.


Eu sou escravo da moda,

acabo ficando feio,

penso que estou bonito,

o carro está sem freio

e eu só dou - um grito.


Eu sou filho do tempo,

do tempo perdido,

do tempo achado,

me seguir não faz sentido

pois estou - desesperado.


(Extraído do livro "Pane na Casa das Máquinas" de autoria de Carlinhos de Almeida).

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