do tempo perdido,
do tempo acabado,
me seguir não faz sentido
pois estou - desesperado.
Eu sou produto do meio,
só tenho pressa,
só tenho culpa
e toda minha conversa
é apenas - desculpa.
Eu sou a próxima vítima,
deste sistema,
da maldade do banco,
quem dera o poema
fosse apenas - cheque em branco.
Eu sou um morador,
dos corredores
deste prédio gigante,
senti todas as dores
em apenas um - instante.
Eu sou escravo da moda,
acabo ficando feio,
penso que estou bonito,
o carro está sem freio
e eu só dou - um grito.
Eu sou filho do tempo,
do tempo perdido,
do tempo achado,
me seguir não faz sentido
pois estou - desesperado.
(Extraído do livro "Pane na Casa das Máquinas" de autoria de Carlinhos de Almeida).
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