segunda-feira, 14 de outubro de 2024

Alguns Poemetos Sem Nome N° 310

 

O que sobrou daquilo que eu era?

Sonhos, apenas fragmentos esparsos

De alguns espalhados por estas ruas...


O que sobrou daquilo que eu quis ser?

Desejos, alguns desejos assassinados

Antes mesmo de seu primeiro lamento...


O que sobrará daquilo que um dia serei?

Lembranças, apenas acinzentados fatos

Que não podemos dizer se verdade ou não...


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Aqui é o Rio que nunca teve rio,

Aqui é o Rio que sempre teve mar...

Desconhecido, desprezado, jogado fora

Pelos que não te conhecem, eu não...

Ainda tentarei andar por tuas areias

E absorver tua alegria de feiras aos sábados...


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Tudo morre - sobretudo a maldade

Já a bondade é muito teimosa

E persiste até quando só houver

Algum espaço e tempo - ,mais nada...

Tudo acaba - sobretudo o desamor

Já o amor não precisa mover uma palha

É como a sarça ardente da história

Só que com duração mais que eterna...


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Quer o que não quer...

Tem pressa de viver

Mas desperdiça o tempo

Com coisas que não precisa

Antecipação da morte...

Quer o que não quer...

Insiste em sonhar

Mas são sonhos mesquinhos

Que se tornarão cinzas

Antecipação da dor...

Não quer o que quer...


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Quando morrer nosso pranto

Não faremos o seu funeral...

Que ele esquente, vire vapor

E vá para as nuvens de onde veio...

E logo, logo, vire chuva

E volte para a terra mais manso...


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A propaganda nos sufoca cada vez mais

(E agora sim, temos todos os motivos para versos)

A ilusão nos persegue em cada uma esquina

(Compramos caixas cada vez mais vazias)

A apatia acaba nos adoecendo até nos matar

(Essa é a epidemia invisível de nossos tempos)

Alguém tem o número do delivery da felicidade?


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Tenho menos demais

Acabei me acostumando

Parei de reclamar

A falta de aplausos da vida

O olhar desdenhoso

Quando dou bom dia na rua

A impossibilidade de andar

No chão molhado

Consigo ainda sonhar

Preso nesta jaula aberta

Tenho demais menos...

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