sexta-feira, 18 de outubro de 2024

Terra Tremeu, Gigante, Terra Tremeu

Terra tremeu, Gigante, terra tremeu...

E faltaram ossos para o meu ofício, isso faltaram...

O amor me faz engasgar feito a ração...

Que meu cão teve pressa de engolir...

Terra tremeu, Gigante, terra tremeu...

Como o improviso que tinha de fazer, que não fiz...

Eu subi no palanque pensando no discurso...

Mas acabou que deu em nada, eu não sei nada...

Terra tremeu, Gigante, terra tremeu...

Queimei meu dedo com a ponta, queimei mesmo...

O óbvio já foi um dia, hoje não é mais não...

É tipo um tal de ferro que foi transpassado...

Terra tremeu, Gigante, terra tremeu...

Todo dia acaba tendo uma feira, acaba tendo...

Misturam-se todas as nossas necessidades vitais...

E um pouco de loucura, não pode faltar tempero...

Terra tremeu, Gigante, terra tremeu...

Tenho mais eternas dúvidas se estou aqui ou ali...

A vida é mais um contrato de risco firmado...

Para criança brinquedo não tem tempo algum...

Terra tremeu, Gigante, terra tremeu...

Quanto mais a vista diminui, mais eu enxergo...

A hora faz o espaço, mas o espaço não faz hora...

Não existem surpresas dentro do sanduíche...

Terra tremeu, Gigante, terra tremeu...


(Extraído de "O Livro do Insólito e do Absurdo" de autoria de Carlinhos de Almeida).

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Alguns Poemetos Sem Nome N° 322

O amanhã é o hoje com requintes de ontem. Todo amor acaba sentindo raiva de si mesmo. Os pássaros acabam invejando as serpentes que queriam ...