A rua é nua
A rua é lua
A rua é nua
Todos os gatos são pardos
E as vidas? São fardos...
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Ser alegre mesmo não sendo feliz
A ternura pode fazer milagres
O amor ama impossibilidades
A esperança é a mais teimosa
O sábio sabia antes mesmo de saber
Mosquitos voam em torno de mim
E eu quase sou uma velha sombra...
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Roce seu corpo no meu sem pudor
O pudor? Esqueci no outro bolso...
Faça versos com todo despropósito
De um acabarão vindo muitos outros...
Olhe todas as flores com carinho
São estrelas caídas que retornarão...
Roce seu corpo no meu sem pudor
O pudor? Esquecemos de ter algum...
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Talvez algumas flores me sigam
Jogadas ou colocadas
Sobre a minha urna
Serão sufocadas, amassadas
Pela terra mãe em silêncio
Murcharão, apodrecerão
E finalmente irão secar
E ainda virarem pó como eu
Só meus sonhos restarão
Pela sua imortalidade...
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As mãos - a alma
Os pés - o corpo
A mente - a loucura
Eu nada soube um dia
E até hoje não aprendi
As escadas davam medo
A estrada era a solidão
As mãos - o que não tenho
Os pés - a minha teimosia
A mente - todos os sonhos...
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Verde que te quero amarelo
Quando chegar o tempo
Antes disso não
Dispenso o vermelho do fogo
E a cinza dos malvados
Quer saber onde moro?
Moro no mundo, no mundo...
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Pirilampos fazendo de estrelas
Morcegos na coreografia
Aves da noite estão no coral
Pesadelos entre os homens...
Cães vadios no quase descanso
Todos os gatos na sua espreita
Querer enganar o sono é inútil
Pesadelos entre os homens...
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