Obedeça-me, pobre computador
Esqueça seu pobre teclado cansado
Lotado de fragmentos de meu desespero...
Colabore comigo, madrugada insone
Prometo não perturbar seu sossego
E nem me expor ao perigo que me ofereces...
Transforme-me, lua mágica, num instante
Em uma fera atrás dessas minhas grades
Para que possa uivar mesmo aqui dentro...
Lembrei de uma folia passada, lembrei
E assim corro o perigo iminente e certo
Daquilo que não me dói doer mais ainda...
Eu tento porque tento e mais ainda
Fechar os meus olhos e jogar meu corpo
Na cama que me conforta e não consola...
Amanhã: continuação deste ou outro dia?
Faço perguntas demais ao invés de me calar?
Eu sonhei com lírios ou foram simples delírios?...
(Extraído do livro "O Espelho de Narciso" de autoria de Carlinhos de Almeida).
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