terça-feira, 15 de outubro de 2024

Um Poema Cheio de Fumaça

Meu ar está mais sujo que meus dentes,

Respiro mais fumaça até do que quando fumo,

Minha morte está sendo baseada na homeopatia...


Em pequenas doses, carrasco, pequenas doses...


As ruas estão cheia de pequenos e grandes lixos,

Mesmo quando parecem que estão mais limpas

Aí que estão mais cheias de tristes memórias...


Lembro de algumas, verdugo, lembro de algumas...


O capitalismo é um animal esfomeado e traiçoeiro

Que acostumou a se alimentar somente de guerras,

As que aparecem na mídia ou as particulares...


Cada pedaço, algoz, cada pedaço de todas elas...


As paredes das fábricas logo, logo irão desabar,

O brinquedo da criança malvada quebra rápido,

O desencanto da juventude nunca foi a velhice...


Pode não haver mais nada, torturador, mais nada...


O chicote ainda não descansou, ainda bate

Nas costas dos milhares de infelizes que o mundo tem,

Somos todos os homo sapiens que a evolução errou...


Mais algumas doses, carrasco, mais algumas doses...!


(Extraído do livro "Pane na Casa das Máquinas de autoria de Carlinhos de Almeida).

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