domingo, 6 de outubro de 2024

Alguns Poemetos Sem Nome N° 305

Pessoas presas em fotos

Qual detentos em celas

A maioria ostentando risos

Que há muito morreram

Mostrando o que não tiveram

E o velho carrossel vai girando

Mesmo estando parado...


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Mudo como sempre sou

Mudos como sempre somos

Com vergonha do choro

E com vergonha ternura

Apavorados com o amor

Perdoando com sempre

Nossos erros mais idiotas

Meus erros mais idiotas...


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Vamos dançar?

Perguntou-me a última brisa

Que chegou em meu rosto

Não se importando com minhas rugas

Quer meu perfume?

Perguntou-me a rosa tímida

Que acabava de desabrochar

Enquanto invadia o ar em volta

Você me quer?

Perguntou-me finalmente o amor

E eu desculpei-me tímido

Pois o sonho chegou primeiro...


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Em bando.

Cada cisco no meu olho.

Cada pássaro em minha mão.

Doce protesto.

Mais um simples sacrifício.

Estrada longa de poeira.

Os meninos pediam laranjas.

Meus pés agora fraquejam.


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O carrossel não gira mais

Só minha cabeça que gira

Na padaria não fazem mais sonhos

Só minha alma fabrica alguns

Acostumei-me com o dia nascendo

E o sol não traz mais surpresas...


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Não sou Pessoa

Faço versos para não serem lembrados

Se alguém lembra de algum 

Foi apenas fruto do mero acaso

Mas mesmo assim palavras saem da alma

Deslizam nas velhas teclas

Estrelas ainda brilham

Nesses olhos tortos e meio apagados

Os rios ainda correm para o mar

E quando o fim chegar será apenas o fim

Não sou Pessoa

Mas ainda sou pessoa...


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Todas as cores numa só.

Tudo claridade e tudo escuridão.

Tudo parado e tudo vibrando.

O acaso bem programado. 

Estar perto e longe ao mesmo.

Vice-versa palavra mágica.

Acenei somente com olhos.

E minhas mãos pousadas em descanso.

Enquanto meus pés dormiam...

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