Pessoas presas em fotos
Qual detentos em celas
A maioria ostentando risos
Que há muito morreram
Mostrando o que não tiveram
E o velho carrossel vai girando
Mesmo estando parado...
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Mudo como sempre sou
Mudos como sempre somos
Com vergonha do choro
E com vergonha ternura
Apavorados com o amor
Perdoando com sempre
Nossos erros mais idiotas
Meus erros mais idiotas...
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Vamos dançar?
Perguntou-me a última brisa
Que chegou em meu rosto
Não se importando com minhas rugas
Quer meu perfume?
Perguntou-me a rosa tímida
Que acabava de desabrochar
Enquanto invadia o ar em volta
Você me quer?
Perguntou-me finalmente o amor
E eu desculpei-me tímido
Pois o sonho chegou primeiro...
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Em bando.
Cada cisco no meu olho.
Cada pássaro em minha mão.
Doce protesto.
Mais um simples sacrifício.
Estrada longa de poeira.
Os meninos pediam laranjas.
Meus pés agora fraquejam.
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O carrossel não gira mais
Só minha cabeça que gira
Na padaria não fazem mais sonhos
Só minha alma fabrica alguns
Acostumei-me com o dia nascendo
E o sol não traz mais surpresas...
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Não sou Pessoa
Faço versos para não serem lembrados
Se alguém lembra de algum
Foi apenas fruto do mero acaso
Mas mesmo assim palavras saem da alma
Deslizam nas velhas teclas
Estrelas ainda brilham
Nesses olhos tortos e meio apagados
Os rios ainda correm para o mar
E quando o fim chegar será apenas o fim
Não sou Pessoa
Mas ainda sou pessoa...
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Todas as cores numa só.
Tudo claridade e tudo escuridão.
Tudo parado e tudo vibrando.
O acaso bem programado.
Estar perto e longe ao mesmo.
Vice-versa palavra mágica.
Acenei somente com olhos.
E minhas mãos pousadas em descanso.
Enquanto meus pés dormiam...
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