Nada tenho à declarar
Os dias devoram a si mesmos
Só uivarei para a lua...
Tempestade...
Essa serenidade assusta
É como uma novela barata
Sem ter um final feliz...
Multidão...
Uma sinfonia de estômagos
Todos eles tão vazios
Como a velha geladeira...
Assassinato...
O banheiro velho e sujo
Profundidade de poço seco
Horda de bárbaros famintos
Ventania...
Cate os restos desta ilusão
Coma-os com todo o prazer
Só não vá vomitá-los...
Poeirada...
Espadas invisíveis para o ar
Balas de canhão para bocas
Tragédias para quem quer...
Tocaia...
Matar sem usar armas
Com mil suaves prestações
Eis a meta dos malvados...
Inestética...
A velha música repetida
A fome destaque de escola
Encostem ali no paredão...
Miséria...
Fora de nossos livros
Nas camas das sarjetas
O que dão aos miseráveis...
(Extraído do livro "Escola de Mortos" de autoria de Carlinhos de Almeida).
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