segunda-feira, 28 de outubro de 2024

Miséria Aos Miseráveis

Nada tenho à declarar

Os dias devoram a si mesmos

Só uivarei para a lua...


Tempestade...


Essa serenidade assusta

É como uma novela barata

Sem ter um final feliz...


Multidão...


Uma sinfonia de estômagos

Todos eles tão vazios

Como a velha geladeira...


Assassinato...


O banheiro velho e sujo

Profundidade de poço seco

Horda de bárbaros famintos


Ventania...


Cate os restos desta ilusão

Coma-os com todo o prazer

Só não vá vomitá-los...


Poeirada...


Espadas invisíveis para o ar

Balas de canhão para bocas

Tragédias para quem quer...


Tocaia...


Matar sem usar armas

Com mil suaves prestações

Eis a meta dos malvados...


Inestética...


A velha música repetida

A fome destaque de escola

Encostem ali no paredão...


Miséria...


Fora de nossos livros

Nas camas das sarjetas

O que dão aos miseráveis...


(Extraído do livro "Escola de Mortos" de autoria de Carlinhos de Almeida).

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Alguns Poemetos Sem Nome N° 322

O amanhã é o hoje com requintes de ontem. Todo amor acaba sentindo raiva de si mesmo. Os pássaros acabam invejando as serpentes que queriam ...