quarta-feira, 2 de outubro de 2024

Alguns Poemetos Sem Nome N° 303

Enquanto a formiguinha levava a folha cansada até o formigueiro, o sol ria. Enquanto a borboleta pousava de flor em flor batendo asas, o dia corria. Eis a abelha fazendo mel com sua pressa habitual, mas sempre sorrindo, O riacho nunca parava, nem para bater papo, vez em quando algumas folhas pegavam carona até ficarem pelo caminho ou irem para o mar. Só os homens choravam, insistindo em fazer aquilo que não podiam...


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Quero achar comum este meu hábito mais ou menos singular - ser velho e menino, ao mesmo tempo. Tentarei ser o mais impossível que possa ser  e assim transformar o choro em riso. Essa pequena distância que já foi bem menor um dia, transformou-se em dolorosa via crucis. Não dou bom dia somente às pessoas, os bichos e as coisas também merecem um bom dia. Aprendi a conhecer também o sorriso que algumas ruas sabem me dar...


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Aquilo que fui, não serei mais. Mesmo quando os segundos me desafiam a tanto. Aperto a caixinha dessa tela quase mágica e faço um self. Observo-o de forma detalhada e tomo um susto, apenas um pequeno susto, mas um susto. Aquele que eu capturei não é o mesmo que eu. Um segundo pode não parecer ser nada, mas é o que podemos chamar de infinitude não-percebida...


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Eu vivo feito um improviso. Não sei qual minuto seguinte, o anterior acabo me esquecendo. Tenho memória fraca! Esqueço o caminho de espinhos, acabo trilhando tudo novamente. Eu sou muitos de uma vez só. Sou muitas cores ao mesmo tempo... Faço perguntas demais e acabo não respondendo nenhuma. Às vezes até que algumas delas sou eu mesmo. Eu sou um enigma que já vem com a resposta. Aquele que chorou na sala de parto, gostou e sempre repete a dose...


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Eu acabo fazendo tudo errado, me transformo no que não queria. próximos erros, planos que faliram. No meu espelho não há lugar para mim. Sou de ruas e de muitas nuvens, muitos mares e muitos abismos. Vou deitar em minha cama de pregos e dormir tranquilamente até outro dia. Escutando Valença e só...


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Qualquer nome para a comédia, qualquer nome para a tragédia. Duas máscaras para uma mesma face. Aplausos? Muitos! Vaias? Também! Quem escreveu? Os próprios atores! Como começou? Com um choro... Como vai terminará? Com um suspiro mais ou menos profundo, um grito ou até com nada...


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Toda contradição é aceita, mesmo quando não notamos. Nossa teimosia está sempre pronta para o cansaço. A ternura é sempre vencedora. Pequenas coisas sempre serão maiores que as grandes. O amor sempre vira um deus. Mas até deuses morrem...

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