sábado, 17 de setembro de 2022

Urbania I

Ela tentou ser o que era até agora...

Humana...

Serena...

Mas vãos os seus esforços...

A máquina lhe persegue

Nos quatro cantos do mundo...

Como são inocentes

Alguns vilões de histórias 

Que ainda não foram contadas!...

O chão da rua

Também pode ser um tapete...

De vez em quando

Vê um cachorro e sua cara triste...

Quase humano...

Humano por natureza...

Triste também...

O cigarro mancha de batom...

Deve ser assim...

Só a fumaça escapa...

Vai embora sempre...

Fumaças e sonhos...

Ver tudo 

E acabar vendo nada...

A bebida de ontem

Ainda permanece na boca...

O gosto...

O verbo interrogativo...

Somente reticências...

Um apocalipse diário...

Tão comum...

Tão meu e nosso...

Tão nenhum...

O cara tentou fazer versos

E viraram mediocridade...

Tentou salvar-se

Mas as moedas machucam...

Tiros... Tiros...

Falta-me um pouco de insanidade...

Sobra-me muita burguesia...

Poderei me afogar

Numa simples poça d'água?...

São as ordens do patrão...

Alguns modernistas 

Queriam modernidade

E ela os matou...

Tudo acaba matando...

Até a vida...

Um simples soco e o nocaute...

Um voto para Barrabás...

Um mais de menos...

Meu cartão de crédito acabou

De ter um infarto fulminante...

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