Ela tentou ser o que era até agora...
Humana...
Serena...
Mas vãos os seus esforços...
A máquina lhe persegue
Nos quatro cantos do mundo...
Como são inocentes
Alguns vilões de histórias
Que ainda não foram contadas!...
O chão da rua
Também pode ser um tapete...
De vez em quando
Vê um cachorro e sua cara triste...
Quase humano...
Humano por natureza...
Triste também...
O cigarro mancha de batom...
Deve ser assim...
Só a fumaça escapa...
Vai embora sempre...
Fumaças e sonhos...
Ver tudo
E acabar vendo nada...
A bebida de ontem
Ainda permanece na boca...
O gosto...
O verbo interrogativo...
Somente reticências...
Um apocalipse diário...
Tão comum...
Tão meu e nosso...
Tão nenhum...
O cara tentou fazer versos
E viraram mediocridade...
Tentou salvar-se
Mas as moedas machucam...
Tiros... Tiros...
Falta-me um pouco de insanidade...
Sobra-me muita burguesia...
Poderei me afogar
Numa simples poça d'água?...
São as ordens do patrão...
Alguns modernistas
Queriam modernidade
E ela os matou...
Tudo acaba matando...
Até a vida...
Um simples soco e o nocaute...
Um voto para Barrabás...
Um mais de menos...
Meu cartão de crédito acabou
De ter um infarto fulminante...
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