terça-feira, 6 de setembro de 2022

Tristes Quadrados

Tristes quadrados que habitam paredes,
superam os óbvios círculos metafísicos
que deveriam estar em todos nós...
A própria roda da vida sofreu mudança
e agora estamos presos na quadrada cela
que construímos com afetado carinho...
Tristes quadrados de fotos malvadas,
fotos que perderam suas vozes,
que não podem cantar ou contar...
Nossa memória agora nos foge,
a construção de nossa tolice
acabou de ser bravamente executada...
Tristes quadrados sem graça alguma,
estátuas de um artista aplaudido
por uma plateia que nada entendeu...
Somos cegos que possuem visão,
os surdos escutando demais
e os mudos em seus discursos absurdos...
Tristes quadrados telas de milagres,
milagres acontecidos sem deus algum,
fruto de nossa célebre mediocridade...
Pornografia com final previsível,
onde todos os gemidos são esperados
e o nosso tesão agora tem cor azul...
Tristes quadrados de caras quadradas,
de preconceitos comprados on line
e maldades pesadamente maquiadas...
Frisson lascivo e lúgubre da nova morte,
morte que todos vão aos seu encontre
mesmo dizendo que se corre dela...
Tristes quadrados, quadrados retangulares...

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