nem sempre para chorar
é que me acostumei...
Eu apresso meus passos na rua
mesmo se há tranquilidade
a agitação virou hábito...
Eu espero quase sempre o pior
não por ser um pessimista,
mas desprezo a estatística...
No meio do caminha havia uma pedra...
E que pedra era essa?
Era eu mesmo...
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Quando o malvado viu já era tarde
Poderia ter sido mais hábil
Sua conta não estaria grande de choros
Não teria boletos das mágoas que adquiriu
Os amores que frustrou
Não iriam bater reclamando em sua porta
O avarento não conseguiu
Nem ao menos escolher a roupa certa
O orgulhoso teria o mesmo que todos
A morte não tem paciência para escolher nada...
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Eu não sei...
Se pularei no abismo mais fundo
Ou voarei nos céus mais altos...
Se cantarei como os pássaros
Ou se farei o silêncio das madrugadas...
Se terei a fortaleza das pedras
Ou a ternura de pequenas flores...
Se serei sonhador como os amantes
Ou serei sereno como os mártires...
Se serei alegre como as ventanias
Ou se serei como nuvens tranquilas...
Se serei mais um morto entre os viventes
Ou mais um vivente entre os mortos...
Eu não sei...
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nem culpados nem vítimas
quando muito
apenas tolos desperdiçando
a moeda única
que o tempo acabou dando
toda história
é parecida com um outra
já sabemos de antemão
como as cortinas se fecham
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Morrer é apenas trocar de roupa
o esquecimento é apenas uma lembrança
como uma outra lembrança qualquer
A fumaça sobe e se dispersa pelo ar
assim são os nossos sonhos
ninguém se importa com ninguém
Eu gostaria de achar um final
não precisaria ser um desses felizes
mas que tivesse menos choro...
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Cerca de arame
que eu passava por baixo
um simples quintal
bem maior que um mundo
sim para meninos
como eu era
quintais podem ter
uma imensidão
bem maior que os céus
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Os homens passavam indiferentes
o velho e a criança estendiam a mão
falta coração em muitos peitos
Os homens passavam indiferentes
a família com fome na calçada
a desigualdade impera no mundo
Os homens passavam indiferentes...
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