É que eu estou tão aflito,
No meio do feio, no meio do bonito,
Querendo respirar outros ares
E sem querer falar em particulares,
A mediocridade é tanta,
Nosso café, nosso almoço, nossa janta,
Nossa fome aparente de novidades
Que nos tiram das realidades...
Sinto-me preso ao escritório,
Sinto-me solto no sanatório,
Falta tudo, comida e amor,
Chega de tanto falar em dor...
É que eu estou tão aflito,
Me sinto estranho, me sinto esquisito,
Há um enterro nessa festa
E somos bichos nessa nova floresta,
O medo é demasiado,
Eu não sei mais qual o meu lado,
Somos cobaias de amenidades
No meio de tantas saudades...
Tenho que ir trabalhar,
Tenho que me atrapalhar,
Falta comida, falta dinheiro,
Quem vai chegar primeiro?...
É que eu estou tão aflito,
Eu sou inocente, eu tenho delito,
Espero a minha sentença,
Isso é uma coisa de nascença,
É meu destino selado,
Na hora da festa vim atrasado,
Acenderam a fogueira das vaidades,
Chegaram as tempestades...
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