É tudo igual...
O mesmo choro ao sair d'água morna
Da mesma escuridão mansa
Do ventre de uma mulher
Para esse mundo sem meu Deus...
É tudo igual...
O mesmo semelhante desconcerto
Da descoberta da selva
Seja ela bonita ou feia
Mas sempre cheia de feras...
É tudo igual...
A mesma dúvida adjetivada
Se sonhos são sonhos
Ou se são pesadelos
Que nos tirarão o sono...
É tudo igual...
Os mesmos passos vacilantes
As mesmas descobertas desconcertantes
A mesma fome e o mesmo pedido
Que ninguém vai notar...
É tudo igual...
O tesão sempre a mesma coisa
Mesmo com setas apontadas
Nas mais diferentes posições
Mas indo para o mesmo alvo...
É tudo igual...
Os tiranos sentados em seus tronos
E os pobres em suas calçadas
Esperando a hora incerta
De deitar na mesma posição...
É tudo igual...
O que acontece agora e depois
Todas as eras se assemelham
O sangue escorre pelos chãos
E alguns então choram...
É tudo igual...
Tudo vento e tudo tempestade
Toda insanidade que teima
Toda esperança que escorre
Querendo ser toda igual...
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