Tenho desejos incontidos num pobre peito, sou ainda o mesmo menino folheando velhas revistas no solitário banheiro. O sol de uma noite eterna esfria minhas veias. Aonde andará aquele parque que ficava em frente ao mar? As luzes noturnas tiravam meu medo de altura por um tempo quase infinito. Era uma coragem parecida com sonhos de escadas. Quero sorrir e acho que ainda estou.
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Menos da metade
talvez sim
talvez não
Meus versos até
em fileiras
em filas
Caindo, caindo...
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A novidade?
É que não existem novidades!
A tristeza?
Espalhou-se em todos os cantos...
Eu sou apenas um
(mais um)
que vai silencioso
ao encontro do seu destino...
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Se o rio não tem água, não faz curva,
acabaram-se os ovos, pode jogar a sexta no chão,
hoje será pior do que ontem, essa é a previsão,
respiro com dificuldade, custou-me a acostumar,
não existe silêncio absoluto, até o espaço grita,
falar de amor?, isso é para quem ainda suporta,
vou inventar o que puder, sobretudo absurdos,
eu sou da noite, assim como todos os sóis...
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A perfeição acabou de errar.
Era amor?
Cansei de fazer tais perguntas...
Quero dançar pelado em frente ao espelho!
E como qualquer pássaro
Ter alguma pena de mim mesmo...
Podem chegar!
O vendedor está louco.
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Corro feito rio
Serpente de águas
Sem me cansar
Dias e noites
Quentes e ventos
Uma direção
Sempre ir
e sempre ir
e sempre ir...
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Misturar o que eu sei
e o que não sei
numa mesma paleta de cores
falar pouco
escrever e olhar muito
há muitos segredos por aí
eu queria achar
um dia um destes
quase perdido
pelas ruas que ando...
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