sexta-feira, 9 de setembro de 2022

Alguns Poemetos Sem Nome N° 193

Fora do dia,

Fora de casa,

Fora da cidade,

Fora do mundo,

ainda quero ver as nuvens

e depois as estrelas,

Tenho muito que conversar com elas...


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Toda arte se baseia no improvável, 

mas e a poesia?

Essa se baseia no impossível,

seja ele o mais banal...

Toda arte precisa de poesia,

mesmo que seja um pouco dela,

feita com palavras ou não...

Arte sem poesia

é apenas técnica...


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Antes as carpideiras choravam

mesmo que o choro fosse pago...

Rasgavam suas roupas velhas,

arrancavam seus cabelos ralos,

avermelhavam seus olhos cansados...

Hoje ninguém mais acaba chorando,

só quando faltam likes na net

ou o dinheiro não dá para os combos...


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Sou alguém muito velho,

sem idade alguma definida,

idades não precisam de números

(para nós, humanos...),

hoje fora acabaram sendo 

inventadas novas formas de envelhecer...

Uma delas é se entristecer,

por isso sou alguém muito velho...


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Me dá um pedaço aí?

Vai, só um pedacinho...

Um pedacinho dessa alegria

Que acaba cobrindo as manhãs,

Que tira o cinza das nuvens,

Galopa na correnteza

De todos os rios,

Brinca de ciranda com as marés...

Pedacinho de asas de passarinhos

Para voar entre os galhos, 

Pedacinho das asas das borboletas

Com todos os azuis...

Me dá um pedaço aí?

Vai, só um pedacinho...


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Um calor quente,

muitos enganos em nossas mentes,

nem uma gota

de mais sangue em nossas veias,

aos tristes tristeza

e mais nada no tão silêncio...

Podem cantar tudo

aquilo que assim quiserem,

as pedras não dançarão...


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Sempre falta um,

um grito no meio da noite...

Sempre falta um,

um amor escondido e morto...

Sempre falta um,

um rio que não foi para o mar...

Sempre falta um,

um raio da lua louca que gargalha...

Sempre falta um,

uma flor teimosa no asfalto...

Sempre falta um...


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