E meu desespero colabora comigo
Os meus sonhos fazem guerra de travesseiros
E nem me deixam dormir...
Eu tento resistir
Acabo rindo à toa
Gritando à toa
Dando discursos sem praça e sem plateia...
Eu vejo águas
Eu vejo escadas
E acabo caindo...
Não sei de nada
E palavras estranhas saem da boca...
Um corredor em linha reta
Faz que eu me perca
Até a manhã seguinte
Que talvez não nasça...
Ontem e hoje e amanhã
Serão pequenos detalhes
Para meus delírios mais insistentes...
Tomo um analgésico
Que pode curar qualquer coisa
Menos a fome...
A fome de viver e não apenas sobreviver
A fome de ter motivos para isso
De não ficar feito um panaca
Querendo entender alguma lógica
Que afinal ninguém tem...
Pássaros voam feito estrelas
Em volta de minha cabeça
E posso escutar seu pio...
Quando tudo acontecerá?
Talvez quando olhos cegos
Enxergarem finalmente a escuridão...
Eu não sei mais nada...
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