Caço estrelas o dia todo e me admiro como posso encontrá-las com tanta frequências. Algumas já estão apagadas, mas isso não importa muito. Certos sonhos podem ressurgir de seus túmulos...
Hoje é um dia comumente especial, como todos os outros. Alguns tomarão o susto inicial, outros nem tomarão do derradeiro. Tudo é dependente de certo ponto de vista, pontos de vistas, geralmente, são bem malvados.
Preparo meus pés para uma antiga nova dança e me enfeito de várias cinzas, já foi tempo que isso me afligia. Certos raciocínios quanto mais obtusos, mais triunfantes são. Muitas ofensas acabam se transformando em meros elogios.
Tudo que falo, não se deve ser escrito. As nuvens que façam seu trabalho, o ar que cumpra seu papel. O que morreu nunca esteve tão vivo, o vivo cambaleia querendo conseguir um pequeno papel nesta grande peça.
Eu sou um cidadão do mundo, só ele já me basta. Para isso tapo meus ouvidos, fecho meus olhos e assino meu certificado de idiota. Eu acredito em velhas lendas e vou claudicando apoiado na muleta do politicamente correto.
Numa quarta-feira de cinzas fui num enterro, todos choravam. Os compromissos são todos cumpridos da forma mais patética possível. Humanamente tudo assim é. Nossa vergonha veio com defeito de fabricação.
Se fossemos ser aquilo que realmente somos, o mundo não seria um paraíso, mas um caos bem agradável. Frases são cortadas pela metade e respostas ficam pra depois. Só os cínicos conseguem respirar mais um pouco.
O último à sair que acenda a luz. Nossos fantasmas esqueceram seus óculos e podem tropeçar e cair. Nosso medo precisa fazer o seu dever de casa. É de bom tom que as nossas aspirações sejam frustradas por óbvios motivos.
Nunca esteve tão quente como nunca esteve. Todo circo precisa de políticos e de palhaços também. Necessariamente nesta ordem. Já amanheceu mesmo quando é ainda noite. Alguns vampiros tomam café e outros desconhecem sua própria natureza.
Corrigir-me é pura perda de tempo, é minha natureza rir nos momentos mais inadequados. Que isso não cause nem comoção e nem indignação, já está feito, feito está. O ouro acabou sendo apenas mais um simples amarelo.
Pensar é perigoso, cansativo e repetitivo. A tolice é a única que nunca sai de moda. Não ocupam muito tempo as prateleiras dos mercados, todos fazem fila pra obtê-la. É só anunciar e vendido está.
Vendidos, isso somos. Com ou sem consentimento, com marketing ou não. Por herança ou mero acaso, os dados estão lançados, com manto ou não. As marcas da história são radioativas, foram os mortos que fizeram todas estas ruas.
Todo pânico é um tempero essencial. Sem pânico é quase impossível viver e morrer bem menos ainda. A cigana não lê mais as mãos, lê os pés agora. E as garotas de programa agora dão aula de moral.
Não mexa no peixe, deixe ele aí. As loterias agora oferecem cabeças como prêmio e são muito disputadas. Todas as respostas tem um quê de implausível. Viver é a resposta para todos os males e o grande motivo para estar aqui.
(Extraído do livro "Insano" de autoria de Carlinhos de Almeida).
Vendidos, isso somos. Com ou sem consentimento, com marketing ou não. Por herança ou mero acaso, os dados estão lançados, com manto ou não. As marcas da história são radioativas, foram os mortos que fizeram todas estas ruas.
Todo pânico é um tempero essencial. Sem pânico é quase impossível viver e morrer bem menos ainda. A cigana não lê mais as mãos, lê os pés agora. E as garotas de programa agora dão aula de moral.
Não mexa no peixe, deixe ele aí. As loterias agora oferecem cabeças como prêmio e são muito disputadas. Todas as respostas tem um quê de implausível. Viver é a resposta para todos os males e o grande motivo para estar aqui.
(Extraído do livro "Insano" de autoria de Carlinhos de Almeida).
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