terça-feira, 17 de março de 2020

Alguns Poemetos Sem Nome Número 68

Resultado de imagem para menino olhando a chuva pela janela
o vento em inexplicáveis fatos
mesmo numa madrugada
viva e morta...
uma saudade tão inexplicável
por tudo o que eu vivi
e o que não vivi também...
meus olhos plenamente
estão confundidos...
assim como os outros sentidos
que acabam fazendo parte
de uma eterna confusão...
cravos os dentes com força
em minhas próprias carnes
e me deleito com a dor...
eu apenas gostaria e gostaria
que tudo fosse como os desejos
que já tive e até me cansei...

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não há mais despedidas
para impossíveis lembranças...
escuto algumas palavras
desprovidas em minha mente...
vago sem nenhum destino 
entre as ruínas de mim mesmo...
eu sou apenas a sombra
daquilo que eu era ontem...
não sei nenhuma medida
que possa beirar à perfeição...
todas essas luzes se apagaram
e isso foi de uma vez só...
as pedras fizeram seus discursos
mas eu quase não prestei atenção...
as gotas do tempo caem do teto
e eu as junto com solene avidez...
somos apenas meros marionetes
de alguma coisa chamada história...

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norteio-me sem norte algum
e aonde vá é algum lugar desconhecido
assim é e assim somos...
os meus sonhos são os meus
e os sonhos de outrem pesadelos são
assim é e assim somos...
numa luta de quase sobrevivência
nunca sabemos do resultado
assim é e assim somos...
enganei á mim mesmo
da pior forma que poderia 
assim é e assim somos...
tento esconder a face do meu choro
com a máscara do meu riso
assim é e assim somos...
sou vago como são as vagas
me perdi no meu próprio mar
assim é e assim somos...
o meu comodismo me incomoda
mais que qualquer outro trabalho forçado
assim é e assim somos...
olhem para frente e nada vejam
fechem os olhos e tudo enxerguem
assim é e assim somos...

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os sinos tocam pelas tardes
num ar que não existe mais...
eu revejo tão emocionado
todas aquelas cenas que não vi...
os muitos bailes que fui
num tempo que nem existia...
uma saudade de todas as coisas
apesar de não ter nenhuma...
sou um viajante perdido no tempo
preso entre as paredes do relógio...
não faço ideia de onde eu irei
mas mesmo assim chegarei lá...

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a tragédia e a comédia
encantaram-se 
e foram andar de mãos dadas
por toda parte
luz e sombra num só colorido
aos todos os olhos
eu estive em todos os caminhos
procurando versos perfeitos
e ainda não os encontrei
talvez seja impossível tão coisa
nunca fui bom em efeitos
mas sei bem chorar
a maldade e a bondade
conversaram animadamente
tirando dúvidas que haviam
sobre as pessoas

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fios finos é o que são
enrolam-se uns aos outros
até a impossibilidade de separá-los
sem como e nem porquê
dispensadas explicações por ora
os dias todos em semelhança
cada um pode dizê-lo sem
ao menos pestanejar
todos caem como moscas
e os castelos de igual forma
o medo nos pede autógrafos
e o desespero entrevistas
como parar o sofrer
se ele é a própria existência?

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um anjo de mãos vazias veio me buscar...
não me exigiu coisa alguma
e tão-pouco ofereceu-me algo...
apenas lembrou-me de choros e risos
e disse que testemunhou todos eles...
compartilhou de todos os meus segredos
e escutou todas as minhas queixas...
todas as vezes que virei para parede 
e chorei na mais completa solidão
ele era a minha testemunha...
todas as vezes que o caminho cansou-me
ele também andava sob sóis e sob chuvas...
não tinha as minhas muitas pressas
e também não possuía minha pouca calma...
não tinha dó algum de mim
e nem ria da minha vã tristeza...
ele apenas estava lá... sempre... sempre...
um anjo de mãos vazias veio me buscar...
não me exigiu coisa alguma
e tão-pouco ofereceu-me algo...
e antes mesmo de lhe perguntar seu nome
eu já sabia...

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