quinta-feira, 5 de março de 2020

Alguns Poemetos Sem Nome Número 63

Resultado de imagem para menino no labirinto
Dramas e tramas
Fios, mil fios enrolados,
Lamas e chamas
Tiros pra todos os lados...

Eu não sei onde estou
Eu não sei pra onde vou...

Eu apenas ando,
Não sei até quando...

Tramas e dramas
Fios, mil fios enrolados,
Chamas e lamas
Amores todos chorados...

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Holocausto de mim mesmo
amar sem ser amado
Suicídio meu coletivo
matei-me todos os sonhos
Cessaram todos os sons
surdez post-mortem
Não quero mais algum céu
a fila de espera está enorme
A compreensão exata dos fatos
é que eles não existem
Um raio risco o horizonte
há muitos riscos em existir
Existem certas dúvidas
menos cruéis que as certezas
Cabe tudo que existe
em apenas qualquer canção
Acabo ficando desorientado
com tantas orientações
Na hora exata do gol
não existe lugar pra tristeza

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Todos nós conhecemos vários rios
a vida é um deles... certamente é...
Nesses rios navegam tristezas e alegrias
até o grande mar do esquecimento...

Nesses rios existem variadas águas...
algumas sujas... algumas limpas...
Os nossos barcos vão navegando
entre as tempestades dos instantes...

Os nossos barcos somos nós mesmos...
estamos nus... estamos vestidos...
Nossa vergonha não adianta nada
porque erramos mesmo sabendo...

Nossa vergonha se esconde pelo cantos
às vezes cínica... às vezes não...
Todos nós conhecemos vários rios
a morte talvez seja... o mais caudaloso...

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Eu não valho dez centavos
talvez valha até menos
ou com sorte um pouco mais...
Nada vale o meu choro
até nos mais tristes funerais
são contadas piadas...
Toda paixão é bem perigosa
mas a ternura pode machucar
bem mais e acaba doendo mais...
Não queria falar de tristeza
mas não há como evitar
se vejo seu vulto me perseguindo...
A esperança vem me atormentar
junto aos meus sonhos que riem alto...

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Depois do fato - vem o mito
Depois da verdade - vem o boato
Depois do chão - o infinito
Depois do elogio - o desacato

Depois da inveja - vem a ira
Depois da juventude - o tempo corre
Depois da realidade - surge a mentira
Depois que se vive - tudo morre

Depois da cidade - surge a favela
Depois do banquete - eis a fome
Depois da desilusão - vem a novela
Depois do anonimato - vem o nome

Depois do silêncio - vem o grito
Depois do descanso - vem a estrada
Depois do poema - vem o rito
E depois de tudo - vem o nada...

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Não há canção
acabei de me lembrar
que a esqueci
Um sentimento vazio
percorre-me as entranhas
e me faz enjoar
Não há alívio imediato
todo alívio tem seu preço
geralmente muito altos
Não há carnaval
que seja eterno
As fantasias desbotam
as máscaras caem
e os sentimentos são de vidro
Não há cansaço
que nos compense
tudo é começo e fim
O meio acaba enganando
com a falsa sensação
de alguma eternidade
Não há felicidade 
sem ter um preço
mesmo não parecendo
Andamos nos esgueirando
por vários e vários becos
sendo nossos próprios fantasmas

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Não há hora exata para nada
tudo acontece de repente
e tomamos um susto
sustos bons e sustos ruins
mas apenas sustos

Toda previsão não é um cálculo
cálculos funcionam teoricamente
estamos falando de fatos
que acontecem para humanos
entre carnes e ossos

Não é questão de ser fatalista
tudo vai para seu rumo
mesmo o desconhecido
passa a ser velho conhecido nosso

Os versos mais bonitos 
e uma vida mais que feia
mesmo que tentemos disfarçá-las
em tons mornos de banalidade...

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