quarta-feira, 11 de março de 2020

Imaginice

Resultado de imagem para psicodélico
Todas as cores em cor nenhuma e um grande baile à vista...
Eu berro por bobagens e me calo por coisas sérias. A perfeição consiste em pequenos detalhes e não em grandezas aparentes. Há tantos olhares por aí e nenhum deles é o meu...
Passos pequenos e passos grandes são todos passos...
A bondade e a maldade andam de braços dados e costumam frequentar os mesmos locais. A embriaguez é um gole à mais e os cálculos quase sempre são errados. A benção e a maldição saem como flechas e atingem um alvo só...
Eu não queria verso nenhum e escrevi todos eles...
Cervantes caprichou nos moinhos e acabou dando à eles mais realidade que o normal. O tempo é o único  que não conhece paredes e nem portas e não sabe dançar dentro delas. Dispensadas quaisquer explicações sobre a alegria e sobre a sua vinda nas horas mais inusitadas...
Ceguei a mim mesmo e acabei enxergando mais luz...
A próxima vítima não pode fugir e nem sempre isso é algo tão ruim. Não faremos mais flores de ossos e nem abominações tão evidentes assim. Nunca poderemos disfarçar determinadas feridas e nem ficar sangrando direto por elas...
Alguns galos já cantam e não passa de madrugada...
A minha incerteza é a única certeza e nada mais trouxe para lhe mostrar.  Num voo noturno surgem bombardeiros e as cidades tremem de pavor. Vários são os tombos nas escadas e as lições continuam não sendo aprendidas...
Os botões são todos apertados e mesmo assim a máquina não funciona. Um centavo ou um milhão causam a mesma comoção e os cisnes acabam com seu último canto. Pesadamente lá se vão os tanques e a batalha acabou sendo perdida...
Todas as variáveis variam de preço e vários lances são lançados...
Acabo ferindo minha pele e isso faz parte de uma praxe. Fronteiras são obras do acaso e um ocaso acaba se formando. Duas ideias não ocupam o mesmo lugar na alma e os balões acabam caindo. Há sinais mais que evidentes desprezados e isso faz da tolice humana uma virtude...
Os erros do passado são justificados e as nossas rotas foram alteradas. Há muitos haicais sem solução e soluços engolidos por pura pirraça. Prometo fazer tudo que posso e nem mais um pouco de menos...
Façamos nossas apostas e esperemos nossas perdas...
Ontem olhei atentamente no espelho e tomei um susto com o desconhecido. Toda arte tem um quê de maldição e acompanhamos sua flauta. Os caprichos são defendidos com unhas e dentes e nem sabemos se mais unhas ou mais dentes...
Viemos do pó e seremos dispersos tão dispersos quanto ele...
Consegui entradas para o grande jogo e alguma derrota pode comparecer à este. A surpresa vem á tiracolo e a mesmice vem sendo puxada pela mão. Pintados e bordados até que fazem falta e as loucuras estão sempre chegando...
Pintores impressionistas e suas impressões mais baratas...
O verde-metálico e o azul-metálico discutem e chamam a atenção de todos os que passam perto. Margarida prefere rosas e isso não é de agora. Eu queria tanto livros coloridos e só haviam aqueles pra se pintar...
As asas dos anjos continuam fora de conexão e eu não sei mais o que fazer...
Apesar de todos os meus defeitos e de toda sujeira que possuo saí ileso. Estou tão perto e tão distante e ninguém nota isso nem agora e nem depois. Quero doces o mais amargo possível e enigmas mais claros que grandes copos d'´água. Quero algo que misture elefantes e estrelas e no final acabe tudo dando certo...
Todas as cores em cor nenhuma e um grande baile à vista...

(Extraído do livro "Insano" de autoria de Carlinhos de Almeida).

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Carliniana XLV (Indissolúvel)

  Plano A... Plano B... O amor é uma pedra Que teima se dissolver na água Quem poderá consegui-lo? Plano A... Plano B... O pássaro encontrou...