segunda-feira, 2 de março de 2020

Alguns Poemetos Sem Nome Número 62

Resultado de imagem para meninos num barquinho
Fora longe de mim domingos
duas tristezas já são suficientes
e mais não quero mais...
Fora longe de mim solidão
e até estas minhas paredes
poderão ser alguma companhia...
Fora longe de mim chuvas feias
impedem mais os meus passos
perdi a vontade de dançar lá fora...
Fora longe de mim sono teimoso
teimoso em acabar não vindo
eu vago pela casa o tempo todo...
Fora longe de mim sonhos maus
a impossibilidade vindo distante
esqueci de tudo o que eu queria...
Fora longe de mim domingos
que chovem e chovem muito
bem parecidos com meu choro...

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Aquele que grita na noite
seus sons feitos de silêncio
O que faz do amor suas correntes
e não quer mais se libertar
Vejam! Parei de respirar 
já faz muito tempo e ninguém nota
Aquele que voa sobre as casas
mais que ave de negras asas
O vulto vestido de luto
que faz gelar qualquer sangue
Aquele que grita na noite
mesmo que o sol ainda brilhe...

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As fantasias já rasgaram
a loucura já acabou
os desvarios já terminaram
a cidade descansou...

Que comecem os choros!
A realidade do dia-a-dia
a volta das aves de mau-agouro
que fazem a luz sombria...

As fantasias já rasgaram
a loucura se aposentou
os nossos olhos se cegaram
até meu demônio chorou...

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A embriaguez da razão
O óbvio se escondendo de mim
A tristeza servida com fartura
Os sóis escurecendo mais
O suicídio diário de quem vive
As farsas orquestradas pelo mal
Mentiras são verdades
A dignidade acabou de acabar
A incerteza é totalmente certa
Ser feliz é um tabu perigoso
A vida e a morte brincando juntas
Luxo e lixo de valores semelhantes
Atrás das máscaras outras máscaras
Versos bobos de iludidos poetas
Fama - a grande prostituta
Dinheiro - o grande comprador de almas
As trevas tropeçam em si mesmas
As carpideiras precisam comer...

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Velho mundo lá vou eu
minhas malas estão prontas há tempos
deixo as saudades para trás
e nem me dou ao trabalho de olhar
o pouco que tenho levo comigo
algumas lembranças impossíveis 
de esquecer em algum dia
alguns amores que ficaram no peito
feito uma tatuagem ou uma cicatriz
vou como vim a este mundo
com a minha alma mais que nua
se encontrarei alegria ou tristeza
isso agora não importa muito
as duas são encontradas em qualquer lugar
viverei até a morte finalmente me encontrar...

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Flores mortas
cores tortas
azul verde lilás
aonde fores
ó meus amores
eu vou atrás
Ruas mortas
nuas portas
branco negro coral
ó minhas dores
de meus amores
viver morrer é tudo igual

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Os seus gemidos se espalhavam pelo ar
feito algo que não possui explicação
eu quero me sentir novo novamente
como quem joga pedras num riacho
ou corre com uma alegria sem motivo
usar novamente as velhas cores que usei
e que fazia o coração bater e bater
os muitos doces que passaram em minha boca
e as canções que cantei até me cansar
subirei nas montanhas que nunca subi
e andarei por mares que não naveguei
e aí sim a história poderá ser o que é...

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