terça-feira, 10 de março de 2020

Alguns Poemetos Sem Nome Número 66

Resultado de imagem para melão de são caetano
eu escrevo cartas
pra não serem lidas,
vivo tragédias
só pra eu chorar,
não vivo uma,
mas sim mil vidas,
vou conjugando
o meu verbo amar

eu pinto cenas
em claro-escuro,
só os cegos
é que podem ver,
não há mais nada,
não há futuro,
não há caminho
pra percorrer

eu faço festas
e ninguém festeja,
escrevo versos
pra ninguém olhar,
eu sempre estou
onde a tristeza esteja,
isso é um fato,
não dá pra evitar

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Com teus olhos fiz um enigma:
Onde irei parar?
Com tua boca fiz um abismo:
É lá que eu vou pular...
Com teus cabelos fiz um desafio:
Se me perder não quero me achar...
Com o teu corpo fiz um novo céu:
Um demônio pode lá entrar?
Se não entrar, meu amor,
Fico na porta, por toda eternidade...

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Eu não me lembro muito bem
das cor dos olhos dela,
mas acho que isso não importa,
sei que eram uns olhos 
desses de água,
de uma infinita cor ilimitada...
Também não lembro 
do tom dos seus cabelos,
só sei que tinham algo de dourado,
como aqueles campos de trigo
que vemos nos livros
em lugares que nunca iremos...
E um vermelho na boca,
quase igual ao sangue
que brotava no meu dedo
quando eu entrava no jardim
daquela casa ao lado da minha
para te roubar as rosas...

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nada com nada
tudo com tudo
em dias ou noites
respirar
amor e desamor
paixão com paixão
quase me matar
versos com versos
rimas com rimas
é tudo que há
agora e talvez
não sei mais e sei
aonde andar...

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Idiotas é o que somos
porque tantas vezes a felicidade
nos esbarra pela vida
e nem ao menos notamos
Por um mero segundo
perdemos o encontro marcado
com nossa própria alegria
e ela parte para bem longe
Os sonhos bailam na nossa frente
e olhamos para o lado
para o que não nos importa
e eles se desvanecem pelo ar
Temos a chance de sermos melhores
e continuamos apenas egoístas
e nossa alma continua vazia
assim como nossos corações
Não encontramos sentido algum
para o que chamamos vida
e sem sabermos atraímos
a morte para vir antecipada
Rogamos à Deus por conveniência
somos falsos conosco mesmos
só condenamos ao nosso próximo
e somos apenas completos boçais
Idiotas é o que somos
porque tantas vezes a felicidade
nos esbarra pela vida
e nem ao menos notamos...

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Calor... o ventilador roda...
como quem canta algo...
mas eu não conheço...
os mosquitos... são aeroplanos...
numa guerra aérea...
as moscas são espectros
pousados nos velhos fios...
eu vejo certa sujeira no chão...
mas não tenho ânimo algum...
a sujeira do tempo adoece...
sono... não sono... só...
cada passo que dou...
é longa distância...
natureza morta... torta...
tudo o que não queria... veio...

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Tudo muito
quase agora 
a festa parou
mas continua
no invisível da mente
tudo baila
sozinho como
uma multidão
os meus pêsames
para mim mesmo
dúvida e certeza
ocupando 
o mesmo lugar
num espaço
não me culpem
eu mesmo me culpo
uma andorinha só
não faz inverno
na minha lista de impossibilidades
meus sonhos e eu
os golpes mais doloridos 
fui eu que os dei
vendi minh'alma
por uns trocados
e ainda ganhei
um tal calote

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