Os sinais estavam trocados,
Sem certos ou errados,
Sem sequer Ave-Mania...
O sapato aperta,
A gravata enforca,
É a cova aberta,
É o grito da porca...
O demônio agora passeia,
O tempo agora já se fechou,
Foda-se a vida alheia,
Eu não sei quem eu sou...
A roupa é a alma,
A loja é minha igreja,
Não tenho mais calma,
O vinho agora é cerveja...
As tentações bem vindas,
A nudez agora retratada,
As fomes são infindas,
Não preciso de mais nada...
A guerra que tenta,
A fábrica que pede,
A paciência aguenta,
Até a hora que fede...
Caos nosso de cada dia,
Os sinais estavam fechados,
Os carros estavam parados,
Sem sequer Ave-Paria...
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