Já conheci muitas coisas. Umas boas, outras ruins. E nessa dança dos dias, fujo de muitos temporais que desabaram sobre mim... Já conheci muitas paixões. Umas eram amores, outras desamores. E num silêncio agonizante relembro de todos eles... Já conheci muitos carnavais. Uns eram de alegria, outros de tristeza. É fácil confundir, depende apenas de nosso desvario... Já conheci muitos dias. Uns belos, outros feios. Mas tive que viver e morrer em todos eles...
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Acabo sendo veloz, mesmo se em câmera lenta. Não me importa mais, ter algum espaço ou não. Imagino e eu estou lá. Não existem terras que não caibam em meu peito, festas que meu coração não faça, amores que não estão em minha alma. Eu sou o silêncio que grita, quebro a barreira do som. O impossível vem me ver sempre que pode...
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Desconheço-me
Às vezes sim, outras também
Como num deserto
Cheio de multidões...
Todos tem sede!...
O mundo é feito de sal,
Não tenhamos dúvida
Sobre tal enigma...
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Trago em mim toda esperança
(Não de dias mortos, já passaram)
Guardo no peito milhares de imagens
(Algumas boas, outras nem tanto)
Faço de cada instante uma nova festa
(Não é necessário nenhum motivo)
Eu sou apenas aquele velho menino
Que caminha em ruas que não existem mais...
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Quero rir sem motivo algum,
Tirar o chapéu para quem passa,
Mesmo não estando de chapéu...
Quero fazer insustentáveis rimas,
Mesmo quando me faltam poemas...
Na verdade, carnavais nunca morrem...
Xô, carpideiras! Podem ir embora...
A morte não precisa de tanta tristeza,
Peguem suas moedas, vão pra casa...
Quando houver algum motivo de choro,
Tenho aqui o número do seu telefone...
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Mesmo quando não - sim
Sonhos são teimosos e insistentes
Passam com o som alto ligado
Em frente ao meu portão
Não se importam se eu choro
Ou se acabei de cochilar
Querem mais nuvens para passear
E algum sorriso esquecido no bolso
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Todas as impossibilidades são vagas
Nossa tristeza um dia acaba
Os ecos se perdem nas alturas
E mesmo quando os cultivamos
Os espinham param de doer
Não são frases bonitas que servem
É o tempo que apesar de nos bater
Acaba nos acalentando também...
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