Prefiro em pequenas doses
O veneno que me fará sucumbir
Serei apenas mais um vulto
Desbotado entre muitos...
Prefiro em pequenos passos
A minha marcha ao abismo
Pularei sem asas no espaço
Não pássaro e sim pedra...
Prefiro em pequenos estágios
A maior das caretices
Ser mais um burguês cínico
Que não viveu e está morto...
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Dança que balança
Folhas e frutos
Numa cadência quase perfeita
Na nossa alma...
Dança que balança
Suspiros quase escondidos
De amores novos...
Dança que balança
Chamada esperança...
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É o karma
é a arma
é o pequeno vício crescendo
é o dia escurecendo
É o esmero
é o desespero
o castelo de cartas caiu
é o ninguém viu
É o carro
é o escarro
Há lapelas sem cravos
Somos todos escravos...
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Não gosto do classicismo afetado,
afinal de contas, a pobreza bate em minha porta,
devo atendê-la com certa simpatia
e por que não? o companheirismo dos que sofrem...
Falo das traições que acabam magoando,
dos amores mais óbvios e menos fiéis,
são como novelas previsíveis...
Lembro da poeira que insiste de tudo sujar,
do tempo que acaba enferrujando tudo
e engole o brilho de tantos metais nas manhãs...
Meus dedos vacilam sobre o teclado
e minha mente acaba se ensandecendo
como quem se afoga numa poça d'água
depois de voltar do bar debaixo de chuva...
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Paradoxos paradoxais é o que temos
É o prato do dia o que nós comemos
O amor e o ódio nunca brigaram
Os que acham isso se enganaram...
A tristeza e a alegria nunca saíram no tapa
E toda certeza não está no mapa...
Paradoxos paradoxais é o que temos
Estando vivos é que nós morremos...
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Bom dia, fim de mundo...
Até quando nossa expectativa
(De dias bem melhores)
Irá tirar este nosso sono?
Preciso sonhar com amores novos,
Amores que me firam menos,
Já sangro faz muito tempo
E não sei de onde consegui
Sobreviver desse jeito...
Eu saúdo o sol das manhãs
Como quem respira inutilmente...
Bom dia, fim de mundo...
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Um brinde à mediocridade, senhores!
Ergamos nossos copos de plástico
Para louvarmos a idiotice humana!
Aos poetas que se acham estrelas
Mas que o são apenas de papel dourado!
Eu quis acordar quem dormia,
Mas como era pesado seu sono...
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