quarta-feira, 19 de outubro de 2022

Alguns Poemetos Sem Nome N° 203

Prefiro em pequenas doses

O veneno que me fará sucumbir

Serei apenas mais um vulto

Desbotado entre muitos...


Prefiro em pequenos passos

A minha marcha ao abismo

Pularei sem asas no espaço

Não pássaro e sim pedra...


Prefiro em pequenos estágios

A maior das caretices

Ser mais um burguês cínico

Que não viveu e está morto...


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Dança que balança

Folhas e frutos

Numa cadência quase perfeita

Na nossa alma...

Dança que balança

Suspiros quase escondidos

De amores novos...

Dança que balança

Chamada esperança...


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É o karma

é a arma

é o pequeno vício crescendo

é o dia escurecendo

É o esmero

é o desespero

o castelo de cartas caiu

é o ninguém viu

É o carro

é o escarro

Há lapelas sem cravos

Somos todos escravos...


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Não gosto do classicismo afetado,

afinal de contas, a pobreza bate em minha porta,

devo atendê-la com certa simpatia

e por que não? o companheirismo dos que sofrem...

Falo das traições que acabam magoando,

dos amores mais óbvios e menos fiéis,

são como novelas previsíveis...

Lembro da poeira que insiste de tudo sujar,

do tempo que acaba enferrujando tudo

e engole o brilho de tantos metais nas manhãs...

Meus dedos vacilam sobre o teclado

e minha mente acaba se ensandecendo

como quem se afoga numa poça d'água

depois de voltar do bar debaixo de chuva...


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Paradoxos paradoxais é o que temos

É o prato do dia o que nós comemos

O amor e o ódio nunca brigaram

Os que acham isso se enganaram...

A tristeza e a alegria nunca saíram no tapa

E toda certeza não está no mapa...

Paradoxos paradoxais é o que temos

Estando vivos é que nós morremos...


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Bom dia, fim de mundo...

Até quando nossa expectativa

(De dias bem melhores)

Irá tirar este nosso sono?

Preciso sonhar com amores novos,

Amores que me firam menos,

Já sangro faz muito tempo

E não sei de onde consegui

Sobreviver desse jeito...

Eu saúdo o sol das manhãs

Como quem respira inutilmente...

Bom dia, fim de mundo...


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Um brinde à mediocridade, senhores!

Ergamos nossos copos de plástico

Para louvarmos a idiotice humana!

Aos poetas que se acham estrelas

Mas que o são apenas de papel dourado!

Eu quis acordar quem dormia,

Mas como era pesado seu sono...


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