sábado, 22 de outubro de 2022

Alguns Poemetos Sem Nome N° 204

Onde estamos?

Onde nem esperamos...

O sonho já acabou,

Mas ninguém acordou...

Pensamos que subimos,

Mas apenas dormimos...

Um som atrapalha a canção,

Deve ser nosso coração...


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Eu não sei andar de bicicleta, 

Nunca nem ao menos tentei,

Nas poucas vezes que fui na garupa

Tive medo e como todo medroso - gelei...


Pelo menos não posso reclamar,

Pois nunca caí...


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Os dias te enganam...

Não são dias,

Nunca foram,

São noites disfarçadas...

As alegrias te confundem...

Todas elas,

Quando menos se espera,

Trarão algum choro...

Os amores te enganam...

Não acariciam apenas,

Deixam marcas

Que nunca sairão da alma...


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Os poetas não possuem mais tempo,

Não que o desperdicem como os burgueses

Que tentam de uma vez engolir o mundo...

É que agora as tempestades são frequentes,

Mesmo sobre estas eles devem escrever...

Todo antagonismo merece ser lembrado,

Se não for, será apenas falta de talento

(O que agora quase virou moda),

Gosto muito de rosas, mas até seu cheiro

Acaba de vez em quando enjoando...


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Não sou filósofo, 

Não procuro solução alguma

Para problema algum...

Não sou cientista,

Não quero estripar a verdade

Quem nem um peixe...

Não sou político,

Não quero falar de nada

Sobretudo inverdades...

Sou apenas poeta,

Brinco com nuvens

Tão facilmente...


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E o meu chão estremeceu feito epilético na hora da crise. Eu bebi demais o mundo, agora impossível colocá-lo para fora. Seu veneno passeou entre as minhas veias como um velho cão pela praça enquanto ninguém acordou para o domingo. Estou agora confundindo os dias. E acabo dançando nos lutos e chorando compulsivamente pelas folias. Acontecem alguns milagres, mas só vez em quando. Não sei quantas pátrias apareceram, só sei que foram tão repentinamente como paixões sufocantes. Os doces dos cinemas estão em falta, o amargo da minha boca acabou de responder - presente.


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Quero morrer como nunca vivi - alegre. Não preciso estar feliz, estive tantas vezes e nem notei... A alegria sim, essa faz um grande alarde. Ela acorda os que dormem, cumprimenta os vira-latas da praça, os meninos da rua compartilham dela, brinca com as nuvens e entende a língua dos passarinhos. Quero morrer como nunca vivi - contente. Contente por tê-la feito rir com alguma coisa engraçada. Contente simplesmente por estar, mesmo quando haviam motivos para não estar... 


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