Passarim caiu do alto,
Passarim não sabe nadar,
Caiu, se afogou,
No lago do meu chorar...
Passarim veio de longe,
Veio de qualquer lugar,
Caiu, não morreu,
Mas soube se machucar...
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A lâmina que fere. O metal que mata. Não há mais tempo para passadas brincadeiras. Há poeira suficiente para nos sufocarmos. Eu gostaria de ser mais um entre alguns. Mas a dança da morte requer minha triste coreografia. Eu tropeço em meus passos e minha cara vai beijando a lona. Minha salvação - alguns versos me levantam, mesmo quando tonto. Minha mãe me embala, suavemente, mesmo não sabendo que estou morto...
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Me perca, se quiser, a floresta é densa e perigosa. Não há jeito de sair ileso. Aqui não há saída de emergência. Todo som pode ser enganoso. Toda festa terá seu final. Palmas e vaias pouco definem qualquer apreço. Os índios e os ciganos conhecem suas fogueiras. O meu vidro embaçou, culpa das lágrimas. A verdade não conhece cor alguma. Há mais fantasmas no meu armários que estrelas num céu grande. Enganaram-se todos, principalmente os mais sábios. A tolice assobiou uma canção e todos acabaram gostando. A floresta não tem nome, já que seu nome é vida...
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Notas musicais
Preenchiam-me a alma
(e com isso matei o tédio
sem pena alguma...)
Cores possíveis
Pintaram-me o rosto
(mais do que um clown
um arco-íris...)
Sonhos diversos
Todos tão bonitos
(até minha musa
ficou com inveja...)
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Alto no céu (céu)
Fundo no mar (água)
Não estamos onde estamos
O que temos? Mágoa...
Perto da vida (vida)
Quase na morte (fim)
Eu tenho vários enigmas
Onde que estão? Em mim...
Junto do nada (nada)
O talvez (talvez)
Caminho nas sombras
Meu medo? O fim de mês...
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Toda rotina
Assassina
Ou pelo menos desanima
Todo tédio
É médio
Ou não tem remédio
Toda cobiça
Atiça
Ou não tem justiça
Toda rotina
Assassina
Ou é a guilhotina...
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Nem quando nem nunca
Os meus passos doem por si
Não há melhor carrasco
Do que eu...
Eu sou a chuva que não posso ficar sob
O sol que abrasa minha solidão
Toda história dispersou-se
Nos mais variados pedaços...
Não há remédio algum
Quando a doença é o tempo
E mesmo estando em várias águas
O fogo já se apagou...
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