quinta-feira, 27 de outubro de 2022

Alguns Poemetos Sem Nome N° 206

Passarim caiu do alto,

Passarim não sabe nadar,

Caiu, se afogou,

No lago do meu chorar...


Passarim veio de longe,

Veio de qualquer lugar,

Caiu, não morreu,

Mas soube se machucar...


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A lâmina que fere. O metal que mata. Não há mais tempo para passadas brincadeiras. Há poeira suficiente para nos sufocarmos. Eu gostaria de ser mais um entre alguns. Mas a dança da morte requer minha triste coreografia. Eu tropeço em meus passos e minha cara vai beijando a lona. Minha salvação - alguns versos me levantam, mesmo quando tonto. Minha mãe me embala, suavemente, mesmo não sabendo que estou morto...


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Me perca, se quiser, a floresta é densa e perigosa. Não há jeito de sair ileso. Aqui não há saída de emergência. Todo som pode ser enganoso. Toda festa terá seu final. Palmas e vaias pouco definem qualquer apreço. Os índios e os ciganos conhecem suas fogueiras. O meu vidro embaçou, culpa das lágrimas. A verdade não conhece cor alguma. Há mais fantasmas no meu armários que estrelas num céu grande. Enganaram-se todos, principalmente os mais sábios. A tolice assobiou uma canção e todos acabaram gostando. A floresta não tem nome, já que seu nome é vida...


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Notas musicais

Preenchiam-me a alma

(e com isso matei o tédio

sem pena alguma...)


Cores possíveis

Pintaram-me o rosto

(mais do que um clown

um arco-íris...)


Sonhos diversos

Todos tão bonitos

(até minha musa

ficou com inveja...)


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Alto no céu (céu)

Fundo no mar (água)

Não estamos onde estamos

O que temos? Mágoa...


Perto da vida (vida)

Quase na morte (fim)

Eu tenho vários enigmas

Onde que estão? Em mim...


Junto do nada (nada)

O talvez (talvez)

Caminho nas sombras

Meu medo? O fim de mês...


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Toda rotina

Assassina

Ou pelo menos desanima


Todo tédio

É médio

Ou não tem remédio


Toda cobiça

Atiça

Ou não tem justiça


Toda rotina

Assassina

Ou é a guilhotina...


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Nem quando nem nunca

Os meus passos doem por si

Não há melhor carrasco

Do que eu...

Eu sou a chuva que não posso ficar sob

O sol que abrasa minha solidão

Toda história dispersou-se

Nos mais variados pedaços...

Não há remédio algum

Quando a doença é o tempo

E mesmo estando em várias águas

O fogo já se apagou...


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