Meus olhos riem
apesar de uma qualquer imobilidade...
Movimentos imóveis
é que nos restaram...
Cores imperceptíveis
de um jogo apenas cego...
É quase noite
e os guerreiros não voltaram para jantar...
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Eu escrevo versos
Como quem veste seus mortos,
Com roupas feitas em casas,
Com alguns panos tortos,
Eu escrevo versos
Sem pé e também sem cabeça,
São apenas improvisos,
Mesmo que assim não pareça,
Eu escrevo versos
Sem métrica e sem sequer ciência,
Versos apenas tristes
Desde o fim de sua antiga inocência...
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Numa simetria quase impossível
Desenhei honestos desenhos
De toda a sinceridade do meu peito...
Meus sonhos estão fracos
Rastejam pelos desertos
De todas as minhas desilusões...
Não sei até quando suportarei
Um sol em minha cabeça
Até que os delírios comecem...
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Não pode rir...
Não pode se mexer...
Quem rir, perde...
Quem piscar, também...
Mas como irei fazer isso?
Olhar em teus olhos,
Duas estrelas que são?...
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O corpo em cena,
O corpo é arena...
Como num palco com as luzes acesas,
Somos nós, as mais simples presas,
De uma trama malfeita,
De onde a fera agora espreita...
O corpo em cena,
O corpo é arena...
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Tatuagens de flores em suas pernas,
flores parecidas com um fênix...
A minha inocência misturada
com mais uma dose de lascívia...
Onde estará daqui um segundo?
Ainda não tive tempo de escolher
Em que nuvem será nossa cama...
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E eu a vi...
Como um menino que toma um susto
vendo a tempestade que já chegou...
Como um passarinho que perde o rumo
e vai querendo percorrer o mar...
Como quem vai fazer um discurso
e esquece aquilo que ia dizer...
A ferida acabou de se fechar
mesmo que a cicatriz agora reclame...
E eu a vi...
A mais linda de todas...
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