sexta-feira, 14 de outubro de 2022

Alguns Poemetos Sem Nome N° 199

Meus olhos riem

apesar de uma qualquer imobilidade...

Movimentos imóveis 

é que nos restaram...

Cores imperceptíveis

de um jogo apenas cego...

É quase noite

e os guerreiros não voltaram para jantar...


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Eu escrevo versos

Como quem veste seus mortos,

Com roupas feitas em casas,

Com alguns panos tortos,

Eu escrevo versos

Sem pé e também sem cabeça,

São apenas improvisos,

Mesmo que assim não pareça,

Eu escrevo versos

Sem métrica e sem sequer ciência,

Versos apenas tristes

Desde o fim de sua antiga inocência...


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Numa simetria quase impossível

Desenhei honestos desenhos

De toda a sinceridade do meu peito...

Meus sonhos estão fracos

Rastejam pelos desertos

De todas as minhas desilusões...

Não sei até quando suportarei

Um sol em minha cabeça

Até que os delírios comecem...


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Não pode rir...

Não pode se mexer...

Quem rir, perde...

Quem piscar, também...

Mas como irei fazer isso?

Olhar em teus olhos,

Duas estrelas que são?...


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O corpo em cena,

O corpo é arena...

Como num palco com as luzes acesas,

Somos nós, as mais simples presas,

De uma trama malfeita,

De onde a fera agora espreita...

O corpo em cena,

O corpo é arena...


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Tatuagens de flores em suas pernas,

flores parecidas com um fênix...

A minha inocência misturada

com mais uma dose de lascívia...

Onde estará daqui um segundo?

Ainda não tive tempo de escolher

Em que nuvem será nossa cama...


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E eu a vi...

Como um menino que toma um susto

vendo a tempestade que já chegou...

Como um passarinho que perde o rumo

e vai querendo percorrer o mar...

Como quem vai fazer um discurso

e esquece aquilo que ia dizer...

A ferida acabou de se fechar

mesmo que a cicatriz agora reclame...

E eu a vi...

A mais linda de todas...


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