Quebrei o vidro
Quebrei o pote
Quebrei a regra
Quebrei o sigilo
Quebrei, quebrei...
Interrompi o silêncio do meu funeral
Lembrando-me de uma piada de ontem
Tudo acaba sendo assim impermanente
Até o tempo se afoga num poço vazio
Quebrei o protocolo
Quebrei o recorde
Quebrei a cara
Quebrei a perna
Quebrei, quebrei...
Era madrugada ou era manhã cedinho?
Já desisti de insistir com paixões loucas
Espinhos acabam cansando suas vítimas
Acabei dando um soco e acertei o espelho
Quebrei o decoro
Quebrei a tradição
Quebrei o ovo
Quebrei a máquina
Quebrei, quebrei...
Vou comprar logo um OVNI já usado
Deve ter naquele brechó da minha rua
Desde que o preço não seja muito alto
Vou logo sem demora bater o pé na bunda
Quebrei o gelo
Quebrei a banca
Quebrei a praxe
Quebrei a etiqueta
Quebrei, quebrei...
Cansei-me de tantas e tantas mediocridades
O mundo continua ruim como sempre foi
Mas o medo da morte faz tão bem para a vida
A fome e a tristeza fazem sua grande parceria
Quebrei o osso
Quebrei o êxtase
Quebrei a unha
Quebrei o silêncio
Quebrei, quebrei...
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