Não sou um cara de muitos luxos
(aliás, acho que nunca fui)
qualquer vento serve pra me levar,
seja uma brisa mansa,
seja uma ventania,
ou ainda um vento ligeiro
(desses que passam rápido demais),
desde que me levem pra longe,
mas bem longe mesmo
da tristeza que me visita
nesses dias tão escuros...
Cansei de alimentar esperanças
(como quem joga milho aos pombos)
todas elas acabam indo pra longe,
os pés devem estar no chão,
os pés mesmo assim fraquejam,
mesmo quando não queremos
(quem nunca levou muitos tombos),
sonhos podem doer demais,
dores que se apagam ou não,
alguns cadáveres nos perseguem,
temos um medo enorme...
Passei à prestar atenção nos detalhes
(nas pequenas grandes coisas)
a alegria nos escolhe, não nós à ela,
viver não é muito fácil,
viver não é muito difícil,
mas isso se o destino o quiser
(ele é um senhor muito imprevisível)
por isso me previno do golpe,
não podemos evitar a dor,
mas que já espera a sua chegada,
acaba chorando menos...
Não sou um cara de muitos luxos
(queria pelo menos um amor)
mas isso pode ser pedir demais...
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