Fábrica de loucos...
Sons e apitos e gritos abafados
A fumaça subindo aos céus
Desafiando o Criador...
Carros apressados
para atropelamentos inocentes
Por via de regra...
Valas abertas por vários cantos
Barracos mais miseráveis
Crianças sujas aos montes...
Não sabemos o que somos
Nós apenas somos
Pelas enferrujadas desta máquina...
Não sabemos o que queremos
Talvez uma felicidade artificial
Que nunca dará certo...
Pombos arrulhando deboches
Prédios altos e insensíveis
Milhares de dramas escondidos...
Crimes e leis misturados
Judas é o grande inocente
E o Diabo dono de tudo...
Impiedade apatia indiferença
Brinquedos quebrados e sonhos
Para as necrópoles ou lixões...
A inocência roubada
A moral é violentada
A covardia bate palmas...
Um carnaval de besteiras
Os comerciais goela abaixo
Os loucos e os loucos normais...
Não há poesia na vida
A morte aprendeu a brincar
E os espinhos a acariciar...
Marcas por toda a pele
Lógica sem lógica alguma
A desgraça saúda e pede passagem...
Várias epidemias anônimas ou não
Temos zumbis profissionais
Melhor os anéis que os dedos...
Os palavrões diários
Apenas números deletados
Os selfies da nossa derrota...
Não queremos remédios
Queremos mais doenças
Porque só essas não bastam...
Grandes abusados
Brincando com abismos
Como numa grande ciranda...
Fábrica de loucos...
(Extraído do livro "Insano" de autoria de Carlinhos de Almeida).
Nenhum comentário:
Postar um comentário