terça-feira, 4 de agosto de 2020

Ainda Outros Dias

Giornata mondiale dei poveri, domenica 17 novembre le celebrazioni ...
Alguns passos. Outros mais.
O sol no alto. Os olhos no baixo. 
A minha teimosia de sempre. Assim.
Talvez nada mude. Ou tudo.
Ou já mudou. E eu não percebi.
É tanta coisa. Que nem sabemos.
O peito guarda muitos segredos.
E a mente faz muitos labirintos.
Eu me corto. Eu me sangro.
O sangue escorre rápido. Ou devagar.
E a memória colabora com isso.
Me desespero. Me exaspero.
Nada queria do que é. Sempre.
Olho prum lado. Olho pro outro.
O medo me segue. Me persegue.
São tantas notícias. Tantos desastres.
Calamidades agora normais.
Nossas precauções de nada valem.
Máscaras? O uso é antigo. Bem antigo.
Futilidades. O nosso apego à elas.
Somos todos cruéis. Apenas isso.
Mesmo não querendo. Não atirando.
O tiro é certeiro. É mortal.
Todos choram. Uns mais. Outros menos.
Mas isso é sempre. Faz parte da história.
Siga as instruções de uso. Leia a bula.
Não avance o sinal, Fique quieto.
Deixe que os erros se alastrem.
Os malvados gargalhem. A injustiça reine.
Somos covardes. Coniventes. Mesquinhos.
Está frio. Ou pelo menos eu acho.
Nada é igual. Para ninguém. Para todos.
Uma nova ideia. Uma nova moda. 
Nova doença. Novos remédios inúteis.
Apagou-se a chama. Vem a velhice.
Nada foi bom. Até o que dá saudade,
Eu queria tudo. Não queria nada.
É carnaval. É cinzas. Quase Finados.
Um novo amor. Um novo risco.
Mesmo assim eu quero. Pode me dar aí.
Ainda um pouco mais. Ainda outros dias...

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