Eu preciso de ventos mais suaves, minhas carnes doem. Amores menos malditos, minha alma treme. Tempo para pensar, minha mente enlouquece.
Ando por ruas desertas, copiando a sina dos mal amados, só vejo lixo e cães vadios como eu. Abaixo a cabeça, tentando nada lembrar, mas isso dá em nada. Queria ser como um gato que vejo dormindo sobre um telhado e dorme calmamente.
Eu desejo dias de menos tempestades, o frio me consome. Paixões menos cruéis, cospem na minha cara. Respostas para algumas perguntas, dúvida eterna.
Por mais que ande e me canse, nunca chego no final do caminho. Será a morte uma solução? Creio que não, por mais que a vida seja má, estamos bem presos à ela. Queria ser como um passarinho que nada tem e nada o prende.
Eu peço milhares de cores novas, o cinza me maltrata. Fotografias menos amareladas, estas me trazem saudade. Notícias boas, não tenho tido motivos para sorrir.
Os muros que fiz para me defender, caem aos pedaços o tempo todo. Nada é normal, somente a mentira e a maldade. Gostaria de virar para a parede e ficar assim até o fim dos tempos. Queria ser como uma estrela e estar bem longe de mim.
Eu escuto canções tão feias, elas são a moda. Fazer coisas sem sentido, regras que não fiz. Ser apenas mais um idiota, mas idiota ou não, eu sou eu mesmo.
Coloco um cigarro no canto da boca, com ar de debochado. O deboche é uma forma de defesa como qualquer outra. Não sou anjo e nem demônio, tenho minhas feridas. Queria ser como um tsunami varrendo tudo.
Eu quero disfarçar as minhas mágoas, quase como um herói. Tiros saindo pela culatra, eles acontecem muito. Fracassos pequenos ou não, é minha rotina.
Peço mais uma dose, uma só não me basta. Vagabundo é que sou, desde que me entendo como gente. Tudo é muito complicado, até respirar demanda talento.
Eu preciso de palavras novas, as velhas já estão muito cansadas. Monotonia é o que acontece todos os dias. Velho não sou eu, mas o que meu peito guarda.
Dá vontade de sair por aí gritando feito um cego. Mas é bobagem, ninguém me escutaria. A empatia ficou guardada na gaveta, ou então, o lixeiro levou no dia marcado. Viro as costas e o resto que se dane. Tudo é apenas uma longa história curta...
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