domingo, 2 de agosto de 2020

Desaprender

7 coisas bizarras que aconteciam nas escolas antigamente - Mundo ...
Estou-me vício e ando por aí feito as magnólias e os duendes. Nada sei. Custou-me muito à desaprender. Todos os enigmas do rei foram curados. E os cruzados descobriram as grandes charadas. Faço versos como um camelô numa grande praça duma pequena cidade. Esqueci o tempo. Fiz novas regras para serem totalmente esquecidas tanto como qualquer uma. As bulas ficaram fulas comigo. Não é poesia. É um dor qualquer para qualquer comprimido. Placebos pelo menos são quase inocentes. Eu tenho parentesco com as nuvens. E a minha inocência maquina prolongados beijos que nunca darei. Ser o último é comum entre os homens. Mas ser o segundo é por demais frustrante. Na minha vez acabaram-se os doces. Jogo é a palavra de ordem. Eu niilista e nada tenho contra nada deles. Quebrei meus óculos diversas vezes e nem me dei conta de tal façanha. Sei falar todas as línguas do mundo. O difícil é entender qualquer uma delas. Não há coerência em qualquer objetivo senão a diversão. Os arrependimentos são notáveis concertistas e tubas são o seu instrumento favorito. Deve ser por causa dos gatos. Marços e maios são sagrados. Julhos são malditos. E agostos são apenas tristes. Nunca falamos exatamente o que queremos. Não temos razão para qualquer uma razão. Casas vazias são labirintos. O abandono me dá muitas náuseas. Só que descubro que sou humano e isso acaba me apavorando. Farei uma placa de perigo e andarei com ela pendurada em meu pescoço. Tudo só acontece porque não deveria ter acontecido. É uma ginástica mental. A saliva brinca em minha boca. Juro pela minha mãe vivinha que eu não matei o rei. Ele está com cara de quem comeu e gostou. Vamos refazer tudo. Principalmente o que nunca existiu. Fogareiros de carvão e profissionais de luta. Nunca sabemos se sabemos se sabemos. Às vezes as vezes lavar à jato demora bem mais. O caminho do meio pode ser certa e bem perigoso. O absolutismo pode ser uma forma antiga de não poder. Um nome feio é algum nome que sempre queremos falar. Luvas de boxe para manicures e pianistas. O pintor tomou um susto que até mudou de cor. Até a primeira vez pode ser a última. O correto usa corretivos vira e mexe. Não me importo com a importância de certas pessoas. Melhor ser um desconhecido que um canalha. Do que ser um gênio e o ser. Risos gostam de segundos. Choros gostam de eternidades. Nada tenho contra idiotas. Eles mesmos já fazem isto e muito bem. Luzes explodem todos os momentos. As bombas apenas escurecem. Entregam-se ilusões à domicílio. Nada mais prático do que um bom delivery. Eu tenho sono. Muito sono mesmo. Mas os rios não param de correr...

(Extraído do livro "Insano" de autoria de Carlinhos de Almeida).

Um comentário:

Carliniana XLV (Indissolúvel)

  Plano A... Plano B... O amor é uma pedra Que teima se dissolver na água Quem poderá consegui-lo? Plano A... Plano B... O pássaro encontrou...