terça-feira, 22 de abril de 2014

Quase Desenhos


Quais são os cantos? Os quatro cantos do destino em linhas negras no fundo branco do papel. Eram dias e só isso. Tal qual os sons mortos que andavam vadios por aí de vez em quando. Eu ainda posso ouvi-los quando a tecnologia me permite. E isso magoa sem perceber. E as desenhos também. Isso magoa sem sentirmos e a mágoa atravessa desertos de areias escaldantes. Era uma vez uma era. Em que dragões de cores indeterminadas sobrevoam minha cabeça. E São Jorge tem um bigode fino que nem um malandro carioca... Era uma vez artistas autografando a pele da última moda que não passará já passando. Vale o que está escrito. Vale o que está descrito. Vale o que foi conscrito. Em decisões financeiras de alto valor social. De qualquer maneira a faceira beira é a primeira. E eu gosto de trocadilhos insanos que nem parecem ser o que mas o são. Dispense uma pontuação pontilhada de obviedades estilo bom rapaz. E eu sempre fui um bom moço até quando fazia mais maldades e meu sorriso era mais puro que os anjos andando de sandálias na procissão do Senhor Enganado. Me maldigam! Eu gastei todo papel fazendo meu papel... Eu até gosto de palavras bonitas e complicadas se estourarem a champanhe fora de época. Não era o líquido e era a taça. O encanto da taça. O vidro da taça que se quebrava como qualquer outro. Os cacos juntos num cantinho com ou sem brilho casual. Na verdade eu não faço textos e sim tramo solitárias rebeliões que terminam como um orgasmo desejado de desesperança. Não há motivos e mesmo a insistência insiste em insistir. É tão chique ficar quieto e impassivo no meio da tempestade. Ser normal como se isso servisse para alguma coisa fora a aparência. Não fume. Não beba. Não corra. Não pise na grama. E nem olhe para os lados. Ver pode ser muito perigoso. E o perigo é quase sempre perigoso se não for a pedida da estação. É o choque na tomada. E o pulo de asa delta de cima da laje. Como envelheceram as meninas de ontem. Mesmo que insistam no sorriso inocente que nunca tiveram. São vários tons e tons permitidos. Mas o sorriso da verdade sobe em todos os muros e derruba quaisquer paredes e implode prédios e pontes. Eu também cliquei fotos e ainda clico de vez em sempre. A imobilização eterna de algo que pode ter sido bom. Muito riso e pouco siso. Mas que se danem os réquiens. Skates e patins podem ser eternos. E as bikes funcionam como rotações planetárias. Os deuses modernos usam tênis e são bem comportados como a rebeldia de seu tempo determina. Nem eu sei o que falo e de que tribo distante eu vim. Só sei que eram muitos e muitos mesmos. Eram todo um caderno que eu chamei vida...

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Alguns Poemetos Sem Nome N° 322

O amanhã é o hoje com requintes de ontem. Todo amor acaba sentindo raiva de si mesmo. Os pássaros acabam invejando as serpentes que queriam ...