quarta-feira, 23 de abril de 2014

Toda Ciência

Resultado de imagem para laboratório abandonado
As balas perdidas não se perdem tanto
Encontram resistências não tão resistentes
E acabam acabando com os sonhos muitos
Pequenos ou não medíocres que sejam
Mas ninguém os poderia julgar

As novas notícias falam de velhas coisas

Do cheiro de pólvora que invade o ar
As novas guerras vestem velhas fantasias
E os homens estudam cada vez mais
Para entenderem pouco coisa ou nada

Há muito usamos apenas uniformes

E cada um com suas tribos e cores
E suas novas pílulas coloridas e venenosas
É tudo que queremos mesmo forçadamente
Passem respeitosamente pelas vitrines

É um suor frio esse que escorre do rosto

O relógio é o inimigo que crava suas presas
Na carne frágil que recebemos de herança
E as novas lendas surgem fora dos livros
Porque não temos mais necessidade de sonhar

Seja igual a tudo que é diferentemente igual

E guarde seus sonhos numa gaveta empoeirada
E assim tipo quem perde sem querer
Esqueça a chave num canto aí qualquer 
Porque eles são perigosos demais

Essa tecnologia está velha demais

Essa surpresa já passou da tela
E até as novidades crescem aleijadamente
Com seu abismo aguardando o pulo
Que não fere de forma alguma mas mata

Novos carnavais e velhas fantasias

Novos suingues baianos em acordes eletrônicos
São as receitas mais chiques que podemos fazer
A maratona de andar sem usar as pernas
E não se sufocar às mais duras penas

É o elemento surpresa que já esperamos

Com um cigarro aceso descansando no cinzeiro
Enquanto a fumaça rebelde foge aflita
Para um céu menos azul que não se vê
E que não importa mais do que brancos tetos

Os palhaços não fazem mais rir e sim chorar

Enquanto falam ditos mais chulos para a platéia
Que discutem sua moralidade em roupas sumárias
Porque medidas matemáticas agora importam mais
Do que versos parnasianos mais bem inspirados

Não percam o evento do ano mais casual 

Em um segundo se perde todo o valor 
E apenas um detalhe acaba com toda a graça
E a imortalidade de um vídeo bem visitado
Morre e morre sempre no seu próprio berço

Não adianta sequer qualquer um aviso

E as palavras são embaralhadas fora do dicionário
Eterna contradição feito um soco direto na cara
E o dedo do meio para filósofos bem intencionados
Que até falavam de coisas mais alegres de vez 

Eu tranquei a porta com muito cuidado

E guardei a ternura com todo zelo possível
E estou longe do deboche dos homens comuns
Que andam por todos os lados procurando
Até aquilo que nunca souberam o que é...

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